Conflito e ciúmes

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O sol ainda não tinha se erguido completamente quando Klaus, impaciente, aguardava a chegada de Marcel. Ele havia convocado Marcel para uma conversa no pátio de uma antiga mansão que agora servia de base de operações para os Mikaelson. As tensões estavam altas desde o rapto de Alana, e Klaus sabia que precisava resolver isso rapidamente para continuar com seus planos em New Orleans.

Marcel chegou pontualmente, uma expressão de determinação no rosto. Ele sabia que essa conversa seria crucial, tanto para sua posição na cidade quanto para seu relacionamento com Klaus.

– Marcel. - Klaus começou, sua voz calma mas carregada de autoridade.
– Precisamos conversar.

Marcel assentiu, cruzando os braços enquanto encarava Klaus.

– Eu também acho. Precisamos esclarecer algumas coisas.

Klaus fez um gesto para que Marcel se sentasse.

– Explique-me, então. Por que você achou necessário raptar Alana? O que exatamente você queria provar?

Marcel soltou um suspiro pesado, passando a mão pelo cabelo.

– Olha, Klaus, eu não queria que as coisas chegassem a esse ponto. Mas Alana... ela atacou Davina e me deixou sem escolha.

Klaus franziu a testa, a confusão clara em seus olhos.

– O que exatamente você está falando? O que aconteceu na igreja?

Marcel respirou fundo, tentando manter a calma.

– Depois que Alana, Rebekah e Hayley chegaram ao porão da igreja, elas encontraram Davina. Davina, sendo a protetora que é, tentou impedir que elas se aproximassem de Elijah. Alana não gostou disso e usou sua magia contra Davina. Foi um confronto intenso e ela ficou gravemente ferida.

A expressão de Klaus endureceu. Ele não sabia desse incidente.

– Por que você não me contou isso antes?

– Porque eu queria resolver as coisas do meu jeito. - respondeu Marcel. – Alana é poderosa, eu sei disso. Mas você precisa entender, Klaus, que Davina é como uma família para mim. Eu não podia simplesmente deixar isso passar.

Klaus respirou fundo, tentando controlar sua raiva.

– Eu entendo sua preocupação, Marcel, mas a nossa aliança precisa ser baseada em confiança. Se você quiser que isso funcione, você precisa confiar mais em mim, eu resolvo.

Marcel assentiu lentamente, compreendendo a mensagem.

– Eu sei, Klaus. Vou tentar ser mais transparente daqui para frente.

Klaus, apesar da raiva crescente, manteve um semblante calmo.

– Tudo bem, Marcel. Eu perdoo você desta vez. Mas lembre-se, estamos todos no mesmo barco aqui.

Marcel agradeceu com um aceno de cabeça e se retirou, deixando Klaus sozinho no pátio. A mente de Klaus fervilhava com a informação nova. Ele precisava falar com Alana imediatamente.

[...]

Alana estava no salão principal da mansão, reorganizando alguns livros quando Klaus entrou abruptamente, os olhos brilhando de raiva.

– Alana. - ele começou, sua voz carregada de tensão. – Precisamos conversar. Agora.

Alana olhou para ele, surpresa com a intensidade em sua voz.

– O que aconteceu, Klaus?

– Por que você não me contou sobre o que aconteceu no porão da igreja?
- Klaus perguntou, sua voz subindo um pouco. – Marcel me contou tudo. Você atacou Davina com sua magia.

Alana suspirou, colocando o livro de lado.

– Eu não achei que fosse necessário. Foi um confronto pequeno e... eu pensei que você tivesse outras coisas mais importantes para se preocupar.

Klaus deu um passo à frente, sua raiva crescendo.

– Você não achou necessário? Isso não é algo pequeno, Alana! Davina é importante para Marcel e, por extensão, para mim. Nós estamos tentando ganhar a confiança dele e você quase estragou tudo!

Alana cruzou os braços, a raiva começando a surgir em seu rosto também.

– Eu só estava protegendo Rebekah. Davina atacou primeiro.

– Isso não importa! - gritou Klaus. – O que importa é que você escondeu isso de mim. Como podemos ter uma aliança se não somos honestos um com o outro?

– Então é só uma aliança que a gente tem? - Alana gritou irritada.

– Você sabe que não foi isso que eu quis dizer. - Klaus disse abaixando o tom.

A tensão no ar era palpável. Alana tentou manter a calma, mas estava difícil.

– Eu não queria causar mais problemas, Klaus. Achei que poderia lidar com isso sozinha.

Klaus deu um passo para trás, tentando respirar fundo.

– Você não entende, Alana. Nós estamos em um território hostil. Cada movimento, cada decisão conta. Se você agir por conta própria e esconder coisas de mim, estamos todos em perigo.

– Eu entendo isso, Klaus. - respondeu Alana, sua voz firme. – Mas você também precisa entender que eu sou capaz de me proteger e proteger os outros. Eu não sou uma criança que precisa ser vigiada o tempo todo.

Klaus balançou a cabeça, sua frustração evidente.

– Não se trata disso, Alana. Se queremos que essa aliança funcione, precisamos trabalhar juntos, não separados. Eu preciso confiar em você, e para isso, você precisa ser honesta comigo.

Alana sentiu uma pontada de ciúmes e frustração, mas sua teimosia não permitia que ela cedesse completamente.

– Você fala como se Davina fosse a coisa mais importante do mundo para você! Eu não queria que as coisas chegassem a esse ponto, mas ela me atacou primeiro.

A raiva de Klaus apenas aumentou com essa insinuação.

– Isso não tem a ver com a Davina ser importante ou não! Tem a ver com confiança, Alana. Se você não consegue confiar em mim o suficiente para me contar o que aconteceu, então temos um problema muito maior.

Alana, sentindo-se magoada e frustrada, deu um passo para trás.

– Eu confio em você, Klaus. Mas parece que você não confia em mim. E isso dói.

A discussão estava chegando a um ponto crítico, ambos sentindo a tensão crescente.

– Talvez porque você não me deu motivos para confiar completamente. - disse Klaus, suas palavras cortando como uma faca.

Alana, com lágrimas nos olhos, virou-se abruptamente e saiu do salão, deixando Klaus sozinho com sua frustração. Ela subiu as escadas rapidamente e trancou-se em seu quarto, tentando processar a enxurrada de emoções que sentia.

𝐓𝐇𝐄 𝐅𝐈𝐑𝐒𝐓 - Klaus MikaelsonOnde histórias criam vida. Descubra agora