A criação da arma para derrotar Dahlia estava em andamento, mas todos na mansão Mikaelson estavam tensos. A complexidade dos ingredientes necessários e a urgência da situação estavam desgastando ainda mais os ânimos. Entre esses ingredientes, o pó dos vikings era crucial, e sua perda durante o transporte foi um golpe devastador para a família.
Sem hesitar, Klaus tomou uma decisão drástica. Com uma expressão impassível, ele enfiou a adaga de carvalho branco em Mikael. O som da lâmina perfurando o corpo de seu pai ecoou pela sala, chocando a todos. Alana, que até então havia mantido uma certa distância emocional, sentiu o choque percorrer seu corpo como uma corrente elétrica. Ela gostava de Mikael, apesar de tudo, e ver Klaus tomar uma decisão tão brutal e repentina a deixou sem palavras.
Freya, no entanto, foi quem mais sofreu. Ela caiu de joelhos ao lado de Mikael, lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto seu pai agonizava nos últimos momentos de sua vida.
– Pai, não... por favor, não! - Freya gritou, a voz embargada de dor.
Nos últimos momentos de vida, Mikael, com dificuldade, pegou as mãos de Freya, sua expressão se suavizando pela primeira vez em anos.
– Eu... eu sempre amei você, Freya... nunca se esqueça disso. - ele sussurrou, suas palavras cortando fundo no coração de Freya, que soluçava incontrolavelmente.
Klaus, por sua vez, observava a cena em silêncio, um turbilhão de emoções conflitantes dentro dele. Ele sempre foi consumido pelo ódio que sentia por Mikael, mas ali, vendo-o expressar amor por Freya, ele ficou perplexo. Como Mikael, que nunca demonstrou amor por ele, podia amar Freya, uma filha que ele conheceu apenas por alguns anos?
Assim que Mikael se reduziu a cinzas, Alana virou-se para Klaus, sua expressão era de incredulidade e raiva.
– Você enlouqueceu, Klaus! Como você pôde fazer isso? Mikael estava nos ajudando!
Klaus, ainda em estado de choque pelo que acabara de acontecer, tentou justificar sua ação.
– Ele sempre foi uma ameaça, Alana. Eu não podia arriscar que ele nos traísse de novo. Agora, pelo menos, ele nunca poderá nos ferir... E a boa notícia é que, assim, usaremos os restos dele para forjar a arma.
Alana balançou a cabeça, incrédula.
– Isso não é uma justificativa! Ele era o pai de Freya, e você acabou de matá-lo na frente dela!
– Ele também era meu pai e eu fiz o que era necessário. - Klaus insistiu, mas sua voz estava carregada de incerteza. Ele não estava totalmente convencido de sua própria justificativa, mas o medo e a paranoia o haviam levado a tomar essa decisão. – Precisamos estar preparados para Dahlia, custe o que custar.
Freya, ainda de joelhos ao lado do corpo de Mikael, mal conseguia processar o que estava acontecendo. As palavras de Klaus pareciam distantes, como se viessem de um lugar muito longe. A dor da perda era esmagadora, e ela mal podia acreditar que seu pai, por quem nutria sentimentos tão complicados, havia sido tirado dela de forma tão brutal.
Alana sentiu uma onda de frustração e tristeza crescer dentro de si.
– Você sempre se coloca no centro, Klaus, e nunca pensa nas consequências para os outros. E agora, veja o que você fez...
[...]
Mais tarde naquele dia, quando a família tentava se recompor, a ameaça real finalmente se manifestou. Dahlia fez sua primeira aparição completa na mansão Mikaelson. Sua presença era avassaladora, uma energia negra que parecia absorver a luz ao seu redor. Os Mikaelsons sentiram uma pressão invisível sobre eles, como se a própria atmosfera tivesse ficado mais densa.
Klaus, Freya e Alana estavam prontos, com a arma forjada pelos restos de Mikael em mãos. A estratégia era simples: usar a arma para ferir gravemente Dahlia e, assim, dar início ao processo de sua derrota.
No entanto, quando Freya lançou o feitiço e Klaus tentou atacar, algo terrível aconteceu: nada. A arma que deveria ser a chave para derrotar Dahlia não teve efeito algum.
Dahlia tirou a arma do seu coração e riu, uma risada fria e cruel que reverberou pelas paredes da mansão.
– Vocês realmente achavam que seria tão simples? Estive à frente de vocês desde o início.
Klaus ficou paralisado, incapaz de entender o que havia dado errado. Alana, ao lado dele, sentiu um frio na espinha. A confiança que ela sempre tinha estava se esvaindo. Freya, por outro lado, estava desesperada. Ela sabia que Dahlia não era uma adversária comum, mas até ela não esperava que o plano falhasse tão miseravelmente.
Com uma expressão de triunfo, Dahlia revelou a verdade que ninguém queria ouvir.
– Vocês achavam que a pessoa que "partiu o meu coração" era Freya? Tolos. O ingrediente que vocês precisavam... era o sangue de minha irmã, Esther.
Um silêncio mortal tomou conta da sala. Esther, a bruxa que todos pensaram estar fora da equação, era na verdade a chave para derrotar Dahlia. Klaus e os outros acreditaram que a ligação entre Dahlia e Freya era o ponto fraco a ser explorado, mas estavam enganados. O coração de Dahlia não estava vinculado a Freya, mas sim a Esther, a irmã que ela odiava, mas que ao mesmo tempo a única pessoa que ela minimamente amava.
Klaus sentiu uma onda de desespero.
– Isso não pode estar certo. - ele murmurou, mais para si mesmo do que para os outros.
Dahlia, percebendo a vulnerabilidade de Klaus e os outros, sorriu, seu rosto iluminado por uma alegria sádica.
– Agora, vocês enfrentarão as consequências de sua ignorância. E Malia será minha, quer gostem ou não.
Com a revelação de que o plano havia falhado e que a situação era ainda mais complexa do que imaginavam, as tensões entre Klaus e Alana atingiram um ponto de ruptura. Alana, que sempre foi uma guerreira destemida, sentiu o peso da derrota pela primeira vez em muito tempo.
Klaus, por sua vez, estava em uma espiral de raiva e frustração. Ele culpava a si mesmo, mas também todos ao seu redor. A relação entre ele e Alana, já enfraquecida pelos eventos recentes, estava à beira de um colapso total.
– Você nos colocou em perigo com essa sua obsessão por controle, Klaus! - Alana gritou, sua voz carregada de uma mistura de raiva e dor. – Se tivesse confiado em mim, talvez tivéssemos encontrado uma solução melhor!
Klaus não conseguia encontrar as palavras. Ele sempre foi aquele que controlava tudo, mas agora, estava tudo desmoronando ao seu redor. A desconfiança que ele sempre carregou em seu coração estava destruindo tudo o que ele amava.
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Apesar das tensões, Alana e Freya sabiam que precisavam continuar lutando. A conexão que tinham formado era mais forte do que as dúvidas e medos. Elas se reuniram para planejar seus próximos passos, tentando encontrar uma maneira de derrotar Dahlia sem o ingrediente essencial que havia sido perdido.
Freya, ainda abalada pela morte de Mikael, mas fortalecida pela necessidade de proteger Malia, estava determinada a não deixar Dahlia vencer.
– Ela pode ser poderosa, mas não é invencível. Vamos encontrar outra maneira.
Alana assentiu, decidida.
– Não importa o que aconteça, Dahlia não vai levar Malia. Vamos lutar até o fim.
A primeira batalha contra Dahlia terminou em derrota, mas os Mikaelsons estavam longe de desistir. Com novos desafios à frente e a necessidade de encontrar uma solução desesperada, a relação entre Klaus e Alana continuava a se desgastar, enquanto Freya e Alana se tornavam uma dupla formidável contra a ameaça iminente. A guerra estava apenas começando, e o destino de Malia pendia por um fio.
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𝐓𝐇𝐄 𝐅𝐈𝐑𝐒𝐓 - Klaus Mikaelson
VampireEm um mundo onde seres sobrenaturais existem em segredo, a chegada de uma figura lendária muda tudo. Alana Evans, a primeira e mais poderosa criatura que já existiu, surge em Mystic Falls após saber que a sua melhor amiga Katherine Pierce andava com...