O retorno de Davina

53 6 0
                                    

Kol Mikaelson estava consumido pela perda de Davina Claire, uma jovem bruxa que, apesar de não ser seu grande amor, havia se tornado uma presença marcante em sua vida. A morte dela o deixou inquieto, e a ideia de permitir que ela permanecesse no "Outro Lado", presa às garras das bruxas ancestrais, era algo que ele não conseguia aceitar. Davina representava algo além da simples conexão emocional - ela era a chave para o poder e a liberdade que Kol sempre ansiou.

Finn não era de se sensibilizar com questões emocionais, mas não conseguia ver o irmão tão em baixo. Determinados a trazê-la de volta, eles começaram a buscar por uma solução. Foi Finn, o mais cerebral dos irmãos, quem lembrou de um ritual raro e perigoso: o Ritual de Ressonância. Esse antigo feitiço prometia romper as amarras entre o "Outro Lado" e o mundo dos vivos.

- Precisamos da ajuda de Alana. - Finn declarou, sabendo que o poder inigualável dela seria essencial para realizar o ritual. - Ela é a única que pode garantir que as ancestrais não nos atrapalhem.

Kol, relutante em admitir que precisavam de alguém além de si mesmos, finalmente cedeu. Ele sabia que, sem Alana, suas chances de sucesso eram mínimas. Ao procurá-la, ele se deparou com a mesma calma impenetrável que sempre a caracterizou. Alana escutou pacientemente enquanto Finn e Kol explicavam seu plano. Ela concordou em ajudar, mas não sem antes fazer uma advertência.

- Vocês sabem que, se eu intervir, as bruxas ancestrais não terão chance alguma. Mas também sabem que há consequências para mexer com forças tão primordiais. Estão preparados para isso? - Alana perguntou para saber se estavam preparados.

Kol, com sua habitual ousadia, apenas assentiu. Para ele, os riscos valiam a pena, especialmente porque ele sabia que Alana possuía um poder que ia além da compreensão.

[...]

Na noite designada, Kol, Finn e Alana reuniram no cemitério onde Davina tinha sido sacrificada. O local estava impregnado com séculos de energia espiritual, o que tornava o ritual ainda mais perigoso. A lua cheia iluminava o círculo enquanto os feitiços eram entoados.

Enquanto o ritual progredia, o ar ao redor deles começou a vibrar. A conexão com o "Outro Lado" foi estabelecida, e as bruxas ancestrais perceberam o que estava acontecendo. Elas tentaram interferir, enviando uma onda de espíritos para atacar o círculo, mas Alana estava preparada. Com um simples gesto, ela criou uma barreira que repeliu todos os ataques, sem esforço visível.

- Elas não sabem com quem estão lidando. - murmurou Kol, observando Alana com um misto de respeito e admiração.

Alana concentrou seu poder e pronunciou palavras em uma língua antiga, uma linguagem tão antiga que até mesmo Finn, com todo seu conhecimento, mal conseguia compreender. O poder emanava dela em ondas, anulando completamente a influência das ancestrais. Para Alana, travar aquelas bruxas era como esmagar uma formiga.

Com a proteção de Alana garantida, Finn e Kol prosseguiram com o ritual. Kol, apesar de seu desejo de trazer Davina de volta, sentia uma pontada de dúvida. Davina era importante para ele, mas ele sabia que seus sentimentos por ela não chegavam a amor. No entanto, trazê-la de volta era um desafio que ele estava determinado a vencer, tanto por ela quanto por ele mesmo.

As palavras finais do ritual foram pronunciadas, e no centro do círculo, Davina começou a mostrar sinais que estava viva. Ela estava pálida, confusa, mas viva.

Ela caiu de joelhos, ainda atordoada pela transição. Kol a observou em silêncio, uma mistura de alívio e incerteza em seu olhar. Ele estendeu a mão para ajudá-la a se levantar.

- Kol... o que aconteceu? Como você...? - Davina começou, mas sua voz estava fraca.

- Não se preocupe agora. - ele disse suavemente. - Você está segura. Eu prometo.

Eles se abraçaram, alheios ao que acontecia ao redor. Alana, embora exausta, sentiu um alívio profundo. Mas ela sabia que o perigo ainda não havia passado. As ancestrais ainda estavam lá, observando, esperando o momento certo para recuperar o que haviam perdido.

Depois que Davina recuperou os sentidos, Alana explicou-lhe:

- Você deve ficar fora de contato com o mundo espiritual por um tempo. - disse Alana com seriedade. - Elas ainda podem tentar recuperá-la.

Davina assentiu, ainda processando o que havia acontecido.

- Eu... não entendo por que você me ajudou. Nós nunca fomos próximas.

Davina, ainda processando sua ressurreição, olhou para Alana com uma nova perspectiva.

- Obrigada. - disse ela, sua voz repleta de gratidão. - Eu... não sei por que você fez isso, mas obrigada.

Alana sorriu levemente.

- Eu fiz isso porque era o certo a se fazer. Além disso, você tem mais a oferecer ao mundo dos vivos do que ao Outro Lado. Além disso, você é uma parte importante desta cidade, e talvez tenhamos mais em comum do que você imagina.

Davina, pela primeira vez, olhou para Alana com algo além de desconfiança.

- Obrigada. - ela disse, sua voz suave, mas carregada de sinceridade.

- Denada Davina, mas fique atenta, os inimigos que fizemos hoje não desaparecerão tão cedo.

Enquanto Kol e Davina se preparavam para se esconder temporariamente, Alana voltou sua atenção para o futuro. Até que ela e Davina podiam se tornar amigas.

𝐓𝐇𝐄 𝐅𝐈𝐑𝐒𝐓 - Klaus MikaelsonOnde histórias criam vida. Descubra agora