Negociações

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Naquele fim de almoço, o grande salão estava preparado para a reunião mais delicada e crucial que a cidade de Nova Orleans havia visto em anos. Elijah, com sua habitual calma e diplomacia, estava determinado a mediar a paz entre as facções rivais - vampiros, lobisomens e bruxas. Ele sabia que, para garantir o futuro da cidade e da própria família, um acordo precisava ser alcançado, mas os obstáculos seriam muitos.

O ambiente estava denso quando os líderes das facções começaram a chegar. Os vampiros, liderados por um novo chefe ambicioso, entraram primeiro, seguidos pelos lobisomens, cujo líder, Jackson, olhava ao redor com desconfiança. Por último, as bruxas chegaram, lideradas por Genevieve, cuja presença emanava poder e sedução.

Genevieve, uma bruxa de cabelos ruivos intensos e olhos astutos, havia se tornado uma figura proeminente entre as bruxas. Seus poderes eram inegáveis, e sua habilidade de manipulação a tornava uma força a ser reconhecida. Elijah, ciente da influência de Genevieve, sabia que ela seria uma peça chave nas negociações. O que ele não sabia era que Genevieve tinha seus próprios objetivos, bem diferentes dos dele. Ela queria garantir que as bruxas tivessem uma posição de supremacia na nova ordem de Nova Orleans e estava disposta a fazer o que fosse necessário para isso.

Enquanto as negociações começavam, Genevieve observava Klaus atentamente. Ela sabia que, para conseguir o que queria, precisaria estar próxima do líder mais imprevisível e poderoso da cidade. Klaus, que sempre apreciava mulheres poderosas e inteligentes, inicialmente se viu intrigado pela bruxa, mas algo em seus olhos a traía. Era como se ele sentisse o peso de suas verdadeiras intenções, embora a curiosidade o fizesse querer se aproximar mais.

Alana, por outro lado, observava a interação entre Klaus e Genevieve de uma posição discreta na sala. Mesmo mantendo sua postura régia e controlada, o leve apertar de seus dedos revelava o incômodo que sentia ao ver a bruxa tentando se aproximar de seu namorado. Alana era poderosa e confiante, mas o ciúme era um sentimento difícil de conter, especialmente quando se tratava de alguém como Genevieve, que claramente tinha seus próprios planos.

Genevieve, percebendo o olhar atento de Alana, começou a usar seu charme ainda mais, dando sorrisos sutis e se inclinando um pouco mais perto de Klaus do que o necessário. Klaus, ciente do desconforto de Alana, manteve uma expressão neutra, mas internamente se divertia com a situação. Ele sabia que Genevieve estava tentando manipulá-lo, e a ideia de que ela acreditava poder usá-lo como um peão o intrigava. No entanto, Klaus também sabia que Alana não toleraria esse jogo por muito tempo.

Enquanto isso, Elijah tentava manter o foco das negociações.

- Estamos aqui para assegurar que todas as facções tenham uma voz no futuro de Nova Orleans. - disse ele, com sua voz calma, mas firme. - Devemos encontrar uma forma de coexistir pacificamente, ou arriscaremos destruir esta cidade que todos nós amamos.

Jackson, com seus traços marcados pela vida difícil entre os lobisomens, olhou para Elijah com uma mistura de respeito e desconfiança.

- E como podemos confiar que os vampiros não tentarão nos subjugar assim que baixarmos nossas defesas? - ele perguntou, sua voz grave ecoando pelo salão.

Antes que Elijah pudesse responder, Genevieve interveio.

- A verdadeira questão é como podemos garantir que as bruxas sejam tratadas com o respeito e poder que merecemos. - ela disse, sua voz doce e ao mesmo tempo cheia de veneno. - Por muito tempo, nossas irmãs foram oprimidas por todos vocês. Isso precisa acabar.

Alana, que até então havia permanecido em silêncio, não conseguiu mais se conter.

- A opressão que você menciona, Genevieve, não é culpa dos Mikaelsons. Fomos nós que permitimos que as bruxas continuassem com suas tradições, que as protegemos quando ninguém mais o faria. Até porque no final eu também sou uma bruxa. - disse Alana, sua voz firme e carregada de autoridade. - Mas se você deseja paz, deve estar disposta a cooperar, não a manipular.

Genevieve lançou um olhar afiado para Alana, mas manteve o sorriso nos lábios.

- Claro, Alana. Eu só quero o melhor para as bruxas, assim como você quer o melhor para sua família. - ela respondeu, sua voz suave como seda.

Klaus observou o embate com interesse, mas manteve seu foco na situação maior. Ele sabia que precisava manter Genevieve por perto, mas não a ponto de ela conseguir qualquer vantagem real.

- O que a Alana diz é verdade. Todos aqui têm suas cicatrizes, mas se não estivermos dispostos a deixar o passado para trás, nunca poderemos construir um futuro. - Elijah disse, se colocando ao lado de Alana, tanto fisicamente quanto em termos de apoio.

A reunião prosseguiu com momentos de tensão e outros de acordo, mas ficou claro que a paz em Nova Orleans não seria fácil de alcançar. Cada facção tinha suas exigências, e a desconfiança mútua dificultava qualquer progresso real. No entanto, Elijah, com sua diplomacia característica, conseguiu pelo menos estabelecer um cessar-fogo temporário, uma promessa de que todos iriam trabalhar juntos para encontrar uma solução.

Enquanto os líderes das facções se retiravam do palácio, Genevieve se aproximou de Klaus uma última vez.

- Espero que possamos continuar essa conversa em breve, Klaus. - ela disse, seus olhos brilhando com intenções ocultas.

Klaus apenas sorriu.

- Veremos, Genevieve. - respondeu ele, com uma leve inclinação de cabeça.

Depois que todos partiram, Klaus se voltou para Alana, que estava agora de pé ao lado de Elijah. Ele a conhecia bem o suficiente para saber que a situação com Genevieve a incomodava. Aproximando-se, ele colocou uma mão em seu ombro e murmurou em seu ouvido:

- Não se preocupe, meu amor. Eu vejo através do jogo dela. E saiba que ninguém, nem mesmo uma bruxa poderosa, pode competir com você.

Alana sorriu, relaxando um pouco ao ouvir as palavras de Klaus.

- Eu sei, até porque eu sou milhões de vezes mais poderosa. Mas ela não deveria subestimar o que somos capazes de fazer por nossa família. - respondeu ela, sua voz carregada de determinação.

Enquanto isso, Elijah, que observava a interação entre Klaus e Alana, se viu com pensamentos voltados para outra pessoa. Hayley. Ele não sabia quando havia começado a se importar tanto com ela, mas a verdade é que os sentimentos que tinha estavam crescendo, e a cada dia se tornavam mais difíceis de ignorar.

Alana, sempre perspicaz, havia notado as trocas de olhares entre Elijah e Hayley. Em um momento privado, enquanto caminhavam pelos jardins do palácio, ela comentou com ele:

- Elijah, você é um homem de princípios, mas também é um homem de sentimentos. Não os negue, principalmente quando há alguém que pode trazer alegria à sua vida.

Elijah sorriu, surpreso, mas grato pela percepção de Alana.

- Hayley é especial. - admitiu ele, seu olhar suavizando. - Mas há tantas complicações. Ela lidera uma matilha, e eu... eu sou um Mikaelson.

- Talvez seja exatamente disso que você precisa. - disse Alana, parando para olhar nos olhos de Elijah. - Uma pessoa que entenda o que é ser líder, mas que também saiba o valor da conexão. Não deixe que seus medos a afastem.

Enquanto isso, Alana também se preocupava com a matilha de lobisomens, e sabia que ajudar Hayley a se firmar como líder seria crucial não apenas para a paz em Nova Orleans, mas também para garantir que Hayley encontrasse seu próprio caminho. Alana passou a tarde a trabalhar com Hayley e Jackson, ensinando-lhes estratégias para consolidar a liderança da matilha e garantindo que eles tivessem uma voz forte nas negociações.

À medida que a noite avançava e as estrelas surgiam no céu, a tensão do dia parecia se dissipar um pouco, mas todos sabiam que aquela era apenas a primeira de muitas batalhas. Genevieve, Klaus, Alana, Elijah, Hayley - todos eles estavam presos em um jogo de poder que definiria o futuro de Nova Orleans. E, naquele jogo, cada movimento importava.

Alana, deitada ao lado de Klaus naquela noite, sentiu o peso de tudo o que estava por vir. Com um suspiro, ela se aconchegou mais perto dele, sentindo o calor e a segurança que ele sempre oferecia.

- Vamos conseguir, não vamos? - ela sussurrou.

Klaus, sempre confiante, beijou sua testa suavemente.

- Nós sempre conseguimos, Alana. E desta vez não será diferente.

Com essas palavras, ambos fecharam os olhos, tentando encontrar um pouco de paz em meio à tempestade que sabiam que estava por vir.

𝐓𝐇𝐄 𝐅𝐈𝐑𝐒𝐓 - Klaus MikaelsonOnde histórias criam vida. Descubra agora