2

123 13 54
                                    

Verity acordou naquela manhã, fria e dolorida.

Estava ainda no chão do box do banheiro, seu corpo doía e quando tentou se mexer arfou, mal conseguia se arrastar para fora do box.

Estava molhada, cheirava ao orgasmo daquele monstro e tinha certeza que seu pescoço devia estar marcado também. Com lágrimas nos olhos ela devagar, foi saindo do box se arrastando, a porta estava aberta dessa vez mas estava cansada demais e ficou ali por algum tempo, tentando respirar sem dor.

Não sabia onde Gabriel estava nem que dia era, mas sabia que tinha que dar um jeito de levantar-se dali, tudo para que ele pudesse fazer de novo, não era sempre assim?

Ela ouviu um barulho na porta da entrada no andar inferior e se encolheu, ele teria voltado? Verity não iria aguentar outra rodada tão cedo.

— Verity? Você está aí? - Era a voz hesitante de Melanie, sua vizinha e confidente.

— Mel! Me ajuda... - reúno forças e grito.

Ouço os passos correndo de Mel até o andar de cima e ela cobre a boca ao me ver no chão, se apressa e pega uma toalha e se agacha para me cobrir.

— Oh Vel! O que esse monstro te fez agora?

Sinto as lágrimas que não consegui derramar antes vindo todas agora, soluçar faz tudo doer mais.

— Me forçou no banheiro... - digo chorando. - Eu pedi tanto...

Melanie apenas me abraça me caminhando a cabeça.

— Shh, eu já sei. Vou cuidar de você.- ela enche a banheira e me ajuda a levantar, tirar o resto das roupas e me afunda na água quente, pega o shampoo para me ajudar a limpar os cabelos. - Esse maldito bateu tua cabeça na parede?

— Como sabe? - murmuro.

— Cortou teu couro cabeludo. - ela diz indguinada e abre o armário do banheiro de primeiros socorros, quando ela abre meus cabelos sinto um ardor quando ela lava um local específico e sinto também o puxar da pele enquanto ela costura o rasgo.

Me sinto pequena, se não fosse Melanie, estaria morta capaz, durante todos os anos ela vem regularmente à minha casa, para saber se sobrevivi a mais uma noite.

Desde de que flagrou Gabriel a me agredir no jardim, passou a ameaça-lo constantemente e ele a odeia, mas não pode me proibir de vê-la pois ela é esposa de um policial e ela já o avisou que iria chama-lo se eu me negasse a vê-la.

Obviamente não funcionou para que ele parasse de me agredir, mas seu marido também não liga muito para as brigas conjugais, mas Gabriel não sabe disso e só tenta ficar ele mesmo fora do caminho de Melanie.

Quando Mel termina o serviço de costura ela lava meu cabelo.

— Ele gozou dentro de você? - ela pergunta finalizando meu cabelo.

— Não sei... Eu desmaiei. - murmuro me encolhendo e afundando na banheira.

Ela suspira e sai calada, ouço ela descer as escadas e ela fica lá por um tempo, chego até a pensar que ela talvez tenha ido embora, afinal tudo isso não é problema dela.

A água quente ajuda meu corpo a doer menos, me esfrego devagar, me certificando de lavar bem todos os lugares que ele me tocou, e quando termino saio da banheira devagar, indo em direção ao chuveiro, para terminar de me lavar na água quente.

Ouço vozes lá embaixo e sinto um arrepio na espinha, será que ele chegou?

Me apresso e saio do box, as vozes aumentam e parecem vir aqui para cima até que consigo ouvir.

— Quero que saia da minha casa agora! - Gabriel diz do corredor.

— E eu quero que me encoste um dedo, prometo que te mato enquanto você dorme e se não eu, Teddy o fará. - Mel diz raivosa e aparece na porta segurando uma xícara fumegante e põe em minhas mãos se virando para fora com as mãos na cintura. - Melhor não testar a minha paciência.

Gabriel aparece a frente dela e me olha, mas viro o rosto.

— Verity, manda ela embora. - ele ordena.

— Vou embora quando eu quiser, saia daqui. - Mel diz.

— Verity...

— Vai ameaça-la na minha frente? Você tem coragem! - Mel o empurra e como ele não esperava acaba tropeçando e batendo as costas na parede.

— FICOU MALUCA?! - Ele grita indo para cima dela, ele agarra os pulsos de Mel.

— Vou te mostrar uma coisa seu filho da puta! - Ela tenta chuta-lo entre as pernas mas ele foi mais veloz, corro para fora do banheiro e seguro os braços dele.

— Não faça isso, solte-a! - digo desesperada.

— Não se preocupe Vel, ele é um homem morto. - Mel diz sorrindo.

Percebendo que estava se metendo em mais problemas, Gabriel a solta e me empurra e caio no chão, arfo de dor.

— Teddy! - Mel grita tão alto que meus ouvidos vibram. - TEDDY SOCORRO!

— PARE COM ISSO! -Gabriel grita.

—TEDDY ME AJUDE, GABRIEL QUER ME MATAR! - ela corre para a janela e grita tanto quanto pode.

Gabriel se vira para mim, me apanha do chão pelo pescoço.

— Isso é tudo culpa sua, sua desgraçada!

Me debato, tentando escapar de seu aperto em meu pescoço, meus pés nem tocam o chão.

Mel percebe e corre a torna e chutar e bater em Gabriel que tenta empurra-la apenas, ouço a porta lá embaixo ser aberta num estrondo e em segundos passos pesados sobem as escadas, e antes que eu mergulhe de volta à inconsciência pela asfixia, ouço dois tiros.

Meu cavaleiro sombrio (Darkstory +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora