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No dia seguinte quando acordo, me arrumo devagar e pareço ter descansado bem, as dores diminuíram mas continuo tomando os remédios que os médicos me deram e quando estou prestes a sair do quarto parece que há um borburinho lá fora.

Quando chego na sala de estar quase morro.

— Papai?!

Meu pai, se levanta e suspira, está tomando uma xícara de café com Kay.

— Verity! Que besteira foi essa?

Cruzo os braços ao redor de mim.

— Como sabia que eu estava aqui?

— Acha que eu não sabia que sumiu? Infelizmente seu marido não é inteligente o suficiente para saber onde você poderia se enfiar.

— E então? - pergunto duramente. - E agora?

— E agora você volta comigo.

— Ela volta se quiser. - Diz Kay calmamente tomando seu café.

— Como é que é?

— É isso mesmo, sou o guardião dela e estou a cobrindo da minha proteção e do que a Sansbur tem à oferecer. - diz Kay sério e se levanta. - Acho que o senhor entende que tipo de problema seria irritar uma família como essa.

Pela primeira vez em anos meu pai parece sem palavras.

— Verity, você não pode simplesmente fingir que não entrou numa igreja e jurou que estaria ao lado de Gabriel. - meu pai me diz depois de um tempo. - Já sei que o comportamento dele foi inadequado mas tem que dar outra chance à ele!

— Considera estupro, agressão, tentativa de assassinato e cárcere de privado apenas um comportamento inadequado? - Kay parece estar se irritando. - Talvez se te fizesse o mesmo pudesse enteder...

Meu pai da um passo para trás.

— Dentro de um casamento...

— Impera o respeito! - Kay bufa. - Tirou sua filha de mim para dá-la a um maldito demônio!

— Kay, não precisa disso. - digo baixo abaixando a cabeça, afinal isso não faria meu pai ver qualquer valor em mim, apesar de eu gostar que ele me defenda.

— Entendo sua raiva de coração partido garoto, mas a questão é o seguinte. Verity tem que dar uma segunda chance ao garoto, se não concordar e insistir em envolver gente importante, vou ter que fazer o mesmo e posso dizer que vai ficar mais complicado do que apenas você colaborar.

Entendo rapidamente, está ameaçando Kay e antes que ele diga algo concordo.

— Eu irei! Mas não ficarei mais que uma semana pois sei que... É suficiente. - digo devagar.

— O que?! Verity ...- Kay começa e seguro as mãos dele.

— Eu preciso realmente resolver tudo... Não dá para fugir para sempre não é? - murmuro para ele.

— Não tem que fazer isso, vai te machucar de novo... Você me prometeu. - ele diz e a raiva vai deixando lugar à tristeza na voz dele.

— Voltarei, não voltei agora? - digo baixinho para ele.

— Três anos depois. Não vou suportar tanto tempo de novo. - ele diz e posso ver que está ansioso.

Abraço Kay.

— Uma semana, vou da-lo uma semana, mas sabemos que o comportamento de um homem não pode mudar tanto em tão pouco tempo, não é?

Kay afaga meu cabelo.

Meu cavaleiro sombrio (Darkstory +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora