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Dentro do carro ainda estou segurando a faca e Gabriel trocou de lugar com Kay que agora dirige rapidamente.

Gabriel tira a faca da minha mão que parecia quase ter sido colada ao objeto.

— Verity? Está me ouvindo?

Meu ouvido está zumbindo, meu corpo treme e sinto meu coração batendo tão alto que acho que estou surda, minhas costas doem e acho que meu braço já era.

Olho para Gabriel que parece falar várias coisas mas não entendo bem.

— Acho que Versália se machucou. - murmuro e ele bufa.

— Verity, está me entendendo?

— Desculpe, o que?

— Ela está em choque. - Kay diz do banco da frente nervoso.

Versália parecia falar em outra língua e sua voz irrita meus ouvidos.

Gabriel rasga um pedaço de sua blusa e amarra meu braço para estancar o sangramento, ele segura meu rosto e vira de um lado a outro.

Ele move a boca devagar e entendo o que ele diz.

" Verity, me entende?"

Concordo devagar.

" Sente dor?"

Concordo novamente.

"Pode falar?"

— Sim. - murmuro.

Ele sorri um pouco.

" Vem cá."

Ele abre os braços e tento ir mas me sinto zonza e ele me segura me puxando para si e me deitando em seu colo ele afaga meu cabelo, me sinto uma criança, como quando papai fazia isso e cantarolava uma canção de ninar, papai.

Um vazio enorme parece me rasgar no meio e soluço e sinto algo saindo da minha garganta e quando Gabriel me olha assustado percebo que estou gritando, gritando com tamanha dor que faz meus ouvidos zumbirem ainda mais, mas não consigo parar.

Apenas não consigo.

Toda a dor, frustração, a forma como tudo está enjoado está tão demais!

Versália aparece no meu campo de visão e sorri nervosamente, parece falar coisas demais que não consigo entender e de repente ela faz como Gabriel, mechendo a boca devagar para que eu entenda.

" Estou com você, não chora. "

Ela agarra minha mão com força.

Enfio o rosto na camisa de Gabriel e choro e grito o quanto posso, pareço nem estar no controle do meu corpo, e só consigo parar quando a exaustão parece tomar conta e apago.











Horas depois.



Quando acordo pareço ainda mais tonta que antes, não reconheço onde estou e tudo dói absurdamente.

— Socorro. - murmuro conforme minha voz rouca sai.

Versália aparece dentro do quarto e se apressa para o meu lado segurando minha mão.

— Verity, está me entendendo?

Fico em silêncio e concordo trêmula.

— Por Deus, achamos que você tinha enlouquecido.

Tento me sentar mas tudo dói tanto que afundo de volta para o colchão macio.

Meu cavaleiro sombrio (Darkstory +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora