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Versália

As últimas semanas foram um completo caos, mas estava decidida a não ser um fantoche, a poder decidir por mim mesma e tirar o melhor dessa situação, apesar de estarmos sendo seguidos de perto e Gabriel está sofrendo constante pressão para aprontar a papelada para o casório, hoje reuni coragem suficiente.

Entro no escritório dele e ele apenas me olha por cima dos óculos, sempre tem sido assim, com pouco ou nada interesse pois está preocupado com Verity, não que eu não esteja mas sinto que lhe dói toda vez que me vê pois sou parecida demais.

— Olá... Eu gostaria de conversar. - digo tentando soar firme.

— Precisa de algo?- ele para suspirando, sinto vontade de bater à casa ao lado e pedir auxílio de Melanie, talvez ela ficasse ao meu lado como ficou ao de Verity?

— Temo que sim. - digo e limpo a garganta puxando uma cadeira e me sentando. - A verdade é que estou cansada de estar sujeita a situação, sei que você é capaz de coisas... Quero ser capaz também, então por favor me ensine tudo o que puder.

A risada seca me abala um pouco, está caçoando de mim.

— Você... Você e ela parecem tão iguais quando falam assim. - ele balança a cabeça e volta a atenção aos papéis. - A resposta é não.

— Eu preciso!- me levanto e bato a palma da mão na mesa. - Você quer Verity de volta não quer? Não sabemos o que ela pode estar passando e não vou ficar assando biscoitos enquanto minha irmã pode estar sendo morta, enquanto eu poderia ajudar!

Ele tira os óculos.

— Versália, não sou um bom professor entendeu? Eu não sei ensinar o tipo de coisa que eu faço! - ele me olha irritado. - Você acha que eu não sei que ela está em perigo porra? O que acha que estou fazendo preso aqui dentro?!

Seguro a respiração.

— Me ensine o que pensa, tudo, eu preciso de conhecimento e posso te ajudar a resgatar ela, já não a salvei uma vez?

Ele parece um animal ferido e confuso me olhando.

— Eu acabaria te machucando no processo.

— Eu aguento.

Ele se levanta, anda pela sala e puxa uma corda da Cortina e uma escada cai ao meu lado, um sótão secreto.

— Sobe.

Olho para a escada e subo suprimindo o medo, pois sei que ele no fundo é só um assassino em série descontrolado e posso ser a próxima mas preciso me aproveitar disso, felizmente ele vem logo atrás de mim e quando entro no sótão está escuro e ele me empurra suavemente para o lado e sobe acendendo a luz, o lugar está um pouco empoeirado. Ficamos parados em silêncio por um tempo.

— Então? - arrisco.

— Eu as trazia para cá, dopadas, interrogadas, mortas e esquartejadas.

A revelação me arrepia a espinha, olho para ele e ele anda pela pequena sala pegando uma pequena maleta que estava pendurada na parede, ele se aproxima e abre para mim.

Um conjunto completo de facas, serras, alicates cirúrgicos.

— Isto é bastante útil. - diz mas parece dizer mais para si mesmo.

Meu cavaleiro sombrio (Darkstory +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora