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Quando acordo Gabriel já está de um lado para outro arrumando duas malas grandes.

— Não é muito cedo? - bocejo me sentando na cama.

— Antes meu batalhão acordava às 3:15.

— Você serviu ao exército? - pergunto confusa coçando os olhos.

Ele parece ver que falou algo que nunca tinha me dito e só concorda.

— Melhor se aprontar, estamos quase prontos.

Me levanto me espreguiçando.

— Para onde vamos?

— Um lugar que acho que vai gostar.

Ainda sonolenta vou para o banheiro e me apronto, o dia está meio frio então procuro roupas quentes no armário, Gabriel se aproxima e me dá um vestido rosa esvoaçante e um casaco longo.

— Está frio. - protesto.

— Não por muito tempo, confie no que digo.

— Gabriel...

— Não quer me forçar a vestir isso em você quer?

Fecho a cara e pego e vou me vestir, o casaco até esquenta bem mas sinto frio, quando saio ele já ajeitou tudo no carro e apenas fecha a casa e me pega pela mão e me põe no carro, quando estamos na estrada o sol começa a nascer e os raios de sol trazem calor suficiente para que eu queira retirar meu casaco.

Ele apenas olha e sorri, não diz nada mas sei que está dizendo "eu disse".

Quando estamos há quase duas horas na estrada decido falar algo.

— Para onde vamos?

— Para a praia.

Arregalo os olhos.

— É sério?

Ele concorda e não posso contar um gritinho de animação.

Normalidade, é isso que é, uma viagem para a praia!

— Parece que acertei mesmo. - ele diz.

— Faz anos que não vou à praia! - digo entusiasmada.

Ele concorda e não diz mais nada e a ansiedade me consome a cada minuto, ansiosa por ver a cidade que entraremos.

Mas ainda demora mais uma hora e meia e o calor incomoda até entrarmos na cidade, blusas de alcinha, chapéus esvoaçantes e uma brisa salgada, ponho a cabeça para fora do carro sentindo o vento fazer meus cabelos voarem, fechando os olhos posso até esquecer um pouco toda essa loucura, o vento vai diminuindo até parar e abro os olhos, Gabriel estacionou e já está dando a volta para abrir a porta para mim e me oferece a mão, aceito um pouco relutante.

— Espero que possa fingir que gosta um pouco de mim, estamos cercados de pessoas, não queremos chamar atenção. - ele murmura em meu cabelo, ao pé da minha orelha.

Concordo em silêncio e entrelaço meus dedos nos dele e o olho sorrindo um pouco.

— Vamos nos divertir não vamos?

Ele parece confuso por um momento e um pequeno sorriso aparece no canto de sua boca.

— Espero que sim.

— Boa tarde! Com licença, posso levar suas malas e o carro? - um funcionário aproximou-se ansioso pedindo as chaves e Gabriel lhes dá e me guia para dentro do que parece ser um resort, observo tudo ansiosa enquanto ele me solta por um instante para fazer check in.

Começo a andar pelo saguão reparando na decoração minimalista e aconchegante e pelas grandes janelas posso ouvir o spash de adultos se jogando em piscinas e crianças correndo e rindo, tudo parece tão feliz aqui.

Meu cavaleiro sombrio (Darkstory +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora