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Meu corpo dói com toda essa movimentação, meu braço ainda lateja e quero reclamar sem parar, apesar do auxílio de Gabriel durante a caminhada estou exausta e empaco como um burro velho.

— Já... Está bom!

Ele me olha e sorri um pouco com meu tom irritado, parece intrigado até.

— Mas terá de voltar andando.

— Isso é tortura!- digo irritada.

Ele não tira seus braços do meu redor me mantendo de pé firmemente.

— Sempre fui o cara mal, não me incomoda ser novamente.- diz ajeitando meu cabelo.

O observando assim, a forma como me olha de seus olhos parecem até mais suaves meu coração parece errar a batida, ele sempre foi tão bonito?

Cílios grossos, o maxilar bem marcado e os cabelos tão negros quanto os olhos, me sinto culpada em meu interior pois quando papai me apresentou a ele como noiva fiquei aliviada por ser tão bonito, não sabia que era uma armadilha mortífera mas ainda assim, aqui está ele me acariciando e derretendo meu coração com as pontas dos dedos.

— Verity? Está me ouvindo?

— D-desculpa, o que...? - volto a prestar atenção e coro de vergonha.

Ele fecha a cara.

— O que foi isso? Corando do nada?

Desvio o olhar dele.

— Nada, estou suando apenas.

Ele segura meu queixo suavemente analisando meu rosto.

— Está mentindo.

— Estou com vergonha caramba, que coisa.- digo e tento me desvencilhar dele mas é inútil.

— Do que? O que aconteceu? - paranóico ele tenta me fazer falar a todo custo, me mantendo ali bem no alcance dele.

Olho nos olhos dele.

— De você, bobo.

Ele franze a testa, nitidamente não entendo nada.

— Não entendo.

Suspiro e passo a mão no peito dele.

— Está cuidando de mim... É tão... -dou de ombros e volto a avermelhar as bochechas.

Ele me observa por um tempo até um sorriso surgir no canto de sua boca.

— Está excitada é isso?

— Não! - escondo o rosto com as mãos. - Por Deus não é isso!

Ele ri e sua risada é tão melódica, sempre terá sido assim?

— É que... Não consigo dizer...

Ele tira suavemente minhas mãos do meu rosto me olhando ansioso.

— Diz-me.

Mordo o lábio, e quando dou por mim estou reparando novamente em cada detalhe insignificante desse homem.

— É tão bonito... Será que nunca reparei? Parece... Parece um maldito deus. - digo e posso sentir até às orelhas quentes de vergonha.

A forma como ele levanta suas sobrancelhas em uma pura expressão de surpresa é nova para mim, ele sempre fica minimamente surpreso só levantando as sobrancelhas com o rosto mais sério, mas sua boca quase faz um O.

— É sério? Acha-me bonito?- ele está divertido agora. - Nunca tinha me dito isso, está bem mesmo?

Concordo em silêncio.

Meu cavaleiro sombrio (Darkstory +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora