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Mais tarde naquela dia todos se encontravam em profundo caos, Teddy era o único com o mínimo de bom senso funcionando pois fora poupado de todo o drama por Melanie que o deixou o mais de fora possível de toda a situação todo esse tempo.

Não que ele não soubesse, afinal ele estava sempre ouvindo por aqui e por ali, não só pela insegurança própria de receber uma traição como perdão pela própria mas por querer ajudar Melanie em qualquer mau bocado que ela encontrasse lhe dando o máximo de espaço possível.

Melanie estava desacordada no sofá do quarto e Gabriel estava sentado mesmo no chão ao lado do sofá, não murmurava nada que fizesse sentido e a pobre Versália chorava copiosamente.

Ele mesmo não tinha muito envolvimento com Verity mas respeitava a moça profundamente pela sua história e pela afeição que a esposa tinha por ela, podia entender todos ali, afinal Verity era uma força gentil que podia obrigar qualquer um a ama-la.

E para interromper seus pensamentos a "acompanhante" de Verity ligava quase que de 20 em 20 minutos para saber se sua senhorita estava bem, pobre menina.

Já era tarde, quase 2h da manhã e Teddy se aquecia com café ruim e revistas toscas, todos já cochilaram pela exaustão mas suas vigílias policiais ajudaram dessa vez, se manteve focado e perguntava ocasionalmente as enfermeiras sobre o estado de Verity mas elas sempre balançavam a cabeça negativamente com um sorriso gentil.

Até mesmo ele estava ficando agoniado com toda a espera quando ouviu saltos tilintarem pelos corredores e uma mulher de jaleco parou na porta, ao ver Teddy acordado o chamou baixo e no corredor apertou a mão dele.

— Sou a Dra Lamarr, cirurgiã geral responsável pela cirurgia da Sra Verity. Você é da família?

Teddy sabia que se falasse que não, ela iria acordar a manada de malucos e aquilo viraria um hospício novamente.

— Sou policial e cunhado dela. - mentiu.

A médica concordou e lhe sorriu.

— A reanimação foi feita com sucesso, ela respira por conta própria e está retomando a consciência por curtos períodos, preferimos mante-la dormindo por enquanto pois está muito ferida mas ela não vai morrer.

— Que notícia boa, ela teve uma parada cardíaca não foi?

— Duas paradas e muita hemorragia, porém tenho uma notícia nada boa.

Teddy esperou em silêncio e a médica explicou que os ferimentos pela facada e contusões causaram o parto prematuro do bebê dela, durante a cirurgia descobriram um gêmeo natimorto crescendo nas trompas de Verity e precisaram remover o útero e o bebê morto.

Ou seja, a pobre mulher era estéril agora e mãe de mais uma criança morta e uma possível deficiente caso sobrevivesse.

Teddy não tinha reação com toda aquela informação mas a médica lhe deu duas batidinhas no ombro.

— Anime -se, amanhã vocês poderão vê-la.

E com isso a Dra se foi.

O homem encheu seu copo de café pela quarta vez naquela noite, sabia que as notícias eram boas para o quadro geral mas não gostava de ser o porta voz de quaisquer notícias minimamente ruins, seu trabalho já o obrigava a fazer isso mais do que gostaria.

Enquanto pensava em como diria isso a eles as horas voaram e logo amanhecia e ninguém tinha acordado ainda, uma enfermeira apareceu a porta pela manhã com uma bandeja de café da manhã e Teddy se apressou a pegar um pouco para cada um e perguntar a enfermeira sobre Verity.

— A senhorita acordou e está tomando seu café da manhã, muito abalada pobrezinha. Gostaria de vê-la?

Teddy concordou e foi levado até lá, tinha certeza de que levar aquelas pessoas emocionadas e fora de si só causaria mais ansiedade na mulher que devia estar destruída agora.

Meu cavaleiro sombrio (Darkstory +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora