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Quando retorno ao quarto vou direto ao banheiro, não chegou a vomitar mas escovo os dentes tantas vezes que perco a conta.

— Verity, o que aconteceu? - Versália aparece atrás de mim com a mão no meu ombro, não quero contar a ela, não quero que isso vire um assunto que eu não possa explicar à Gabriel.

Fico em silêncio e Zari na porta parece entender meu desconforto.

— Acho que a Senhorita teve outra briga com o senhor, mas se ela está bem não devemos nos preocupar.

— Como está bem? Ela não está bem. - Versália rebate.

Cuspo a água novamente.

— Estou bem Versália... Zari tem razão, tive um embate com o maldito mas consegui seu acesso vitalício aqui. - sorrio fracamente. - Ótima notícia não é?

Versália não parece convencida mas desconfio que sua possível falta de sexo tenha preservado sua inocência ao ponto de não saber mesmo o que aconteceu.

— Versália tu é virgem?- olho para ela, ela tem os seios pouco menores que os meus e é consideravelmente menos curvilínea.

Ela fica vermelha até às orelhas.

— E-eu sou. - diz desconcertada. - Não fiz nada indevido com ele...

Percebo que ela fala de Gabriel e rio, isso dissipa um pouco do meu ciúmes mas fico ainda mais tranquila por ela não saber mesmo que tipo de coisas podem ser feitas entre um casal.

— Entendo, posso perguntar outra coisa?- digo guardando a escova.

— Claro.

— Ele te procura? Na cama.

Ela arregala os olhos.

— Não! Nunca na verdade. - ela diz assustada. - Ele me dá um pouco de medo... Eu sei que ele é bom, mas o que estou dizendo é que ele não sai do escritório e quando vai dormir dorme no quarto de hóspedes.

Sinto pena dela, é um tanto cruel da parte de Gabriel mas a lealdade dele me comove e sinto vontade de chorar, me sento no chão e não consigo conter as lágrimas e soluços que me sacodem e as duas tentam me consolar.

— Está tudo bem Verity, ele te ama e vai te esperar!- Versália tenta me acalmar e soluço mais ainda.

— N-nao posso voltar para ele.- choro copiosamente.

— Por que não? Do que está falando?- Versália se ajoelha a minha frente limpando minhas lágrimas.

— Sou uma puta, já virei brinquedo dele.- digo aos soluços. - Faz-me de alívio sexual e sou obrigada a aceitar para ter alguma chance, não sou digna dele assim!

Versália me abraça com força.

— Você está tentando sobreviver.- diz ela seria.

— Ele terá nojo de mim. - lamento aos prantos. - O suficiente para talvez me trancar no sótão como as outras e me matar.

— Senhorita, a senhorita está enlouquecendo um pouco não acha?- Zari se ajoelha perto e afaga meu cabelo. - Acalme-se, a gravidez faz os hormônios uma loucura.

— Isso mesmo, Zari está certa e ele nunca te relaria um dedo.- ela diz convicta.

— Ele ejaculou na minha boca, acha mesmo que Gabriel vai encarar isso numa boa? E só Deus sabe o que ele vai querer de mim depois. - digo completamente envergonhada e humilhada.

Versália arregala os olhos mas Zari se mantém serena.

— Ora senhorita e você acha que conhece todos os males que seu amado já fez? Se ele é realmente um serial killer já deve ter feito coisas piores que trancar mulheres supostamente culpadas no sótão e as matar, cada um tem os seus segredos... Se você pode ama-lo com os dele ele pode amar-te com os seus, pois não?

Meu cavaleiro sombrio (Darkstory +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora