Meu cavaleiro sombrio (Darkstory +18)

65

Melanie

Quando finalmente chegamos ao hospital quem nos recebe na calçada é Versália, ela trocou de roupas e tem o cabelo trançado caindo pelas costas, o vestido branco não é dela percebo, é de Verity.

Não preciso dizer nada para que ela comece a falar.

— Ela está muito ferida, perdeu muito sangue na cirurgia.

— E o bebê?

Versália balança a cabeça.

— Sem notícias.

Isso certamente não é bom.

— E Gabriel?

— Está no jardim, tentei tira-lo um pouco da recepção.

— Me avise se tiver alguma notícia, vou ver Gabriel. - toco o braço de Teddy que apenas concorda e segue Verity de volta aos assentos de vigília perto do painel de pacientes.

Mais afastado vejo um homem alto e grande que só poderia ser ele, mas diferente do habitual ele está fumando e pela quantidade de bitucas de cigarro aos seus pés esse não era o primeiro trago, ele mal me percebe chegando quando me aproximo e assobio.

— Não está exagerando?

O jeito que me olha me faz sentir pela dele mais uma vez, embora eu não possa esquecer quem e o que esse homem é, posso apenas confirmar que ele sabe sofrer por alguém.

Por ela na verdade.

Tiro o cigarro da mão dele e antes que ele pegue de volta eu mesmo dou um trago e a lembrança deste gosto de nicotina me leva a outras épocas.

— Sabe, prefiro que o bebê morra. - ele começa e sua voz é arrastada. - Que o destino mate quantos quiser, mas deixe ela aqui.

Ergo a sobrancelha.

— E como você acha que estaria a mente dela depois de perder tantos? Egoísta não acha?

Ele encolhe os ombros e dou dois tapinhas nele jogando o cigarro no chão e pisando.

— Somos egoístas no final.

Ele passa a mão pelo rosto com força.

— Eu tentei, tentei minimizar o dano, aquele filho da puta...

— Eu vi, eu estava logo atrás. - interrompo e suspiro. - Você fez o seu melhor, porco imundo.

Ele me olha.

— Você viu também não é?

— Claro que vi, não esperava tanto de você. - coço a cabeça. - Mas estamos tentando virar uma página aqui não estamos?

Ele concorda em silêncio.

— Por que me chamou Gabriel? - corto o silêncio.

— Acho que se Verity morrer... Você seria a única pessoa capaz de lidar com tudo isso. - ele diz e começa a desenhar no chão com os dedos, parece um menino nesse momento. - Você sempre a salvou, parece ser o talismã da vida dela, talvez você afaste a morte dela de novo pois não?