Mais tarde naquele dia Verity dormia profundamente pelos medicamentos e Melanie já estava recuperada do anestésico, entretanto ao sair perguntando por Gabriel que tinha sumido desde o momento que ficará sozinho com Verity ela foi guiada até o berçário.
Foi fácil acha-lo pois era um sujeito grande demais para estar entre os pequenos bebês em suas incubadoras, e lá estava ele com o dedo no buraco enquanto um bebê pequeno segurava seu único dedo com toda a pequena mão.
O bebê não tinha um braço, estava cortado pouco antes do tornozelo mas fora isso parecia bem.
Era aquele o bebê de Verity e olhando na placa viu que era uma menina.
Gabriel tinha um sorriso fraco no rosto e Melanie tirou uma foto em silêncio e quando se aproximou ele nem a olhou.
— Você sumiu do nada. - ela disse e pôs o dedo no outro buraco acariciando a pequena perna do bebê.
— Ela me mandou embora, definitivamente. - ele disse sem rodeios e Melanie ficou surpresa.
— Mandou embora?
Ele tirou algo do bolso e Melanie viu que era a aliança de Verity.
— Disse que não me quer, não quer essa família nem o bebê.
Então ela entendeu a melancolia do homem.
— Oh não Gabriel, ela não faria isso de verdade.
A forma que ele a olhou mais uma vez a fez sentir pena, ela não gostava de sentir pena de Gabriel.
— Acho que já está na hora de deixa-la em paz não é?
Melanie não soube responder, pois sabia que a presença de Gabriel costumava ser a alegria da amiga.
— Preciso te perguntar algo.
— Sim?
— Ainda vai me caçar se eu sair da vida dela com essa criança?
Melanie arregalou os olhos.
— Quer pegar o bebê e fugir?
— Não estou fugindo, estou pegando ela para cuidar. Verity disse que não a quer mas não posso fazer isso se tiver que ficar lutando com mais alguém, não quero correr o risco de deixá-la sozinha na vida. Então preciso saber, vai caçar -me?
Que diabo de pergunta era essa Melanie pensou, obviamente não podia mata-lo pois sua, podia bem se dizer, sobrinha estava sendo cuidada por ele.
— Não seja idiota, você não sabe nada sobre bebês. - Melanie arriscou.
— Eu estou aprendendo. - ele disse e sua voz era tranquila, esticou para ela uma sacola e dentro ela viu várias revistas.
"Como cuidar do seu recém nascido?"
" Passo a passo para um pai de primeira viagem"
" Como alimentar uma criança"
" Educação é a chave, limites para seu filho"
Melanie quis rir mas ao invés disso ela chorou.
Chorou e abraçou Gabriel pela primeira vez em todos esses anos e ele não entendeu nada.
— Seu grandalhão feio. - ela disse rindo e chorando. - Não acredito que se dedicou o suficiente para comprar isso!
— Fiz errado?
Ela o soltou enxugando as lágrimas.
— Não, não fez e eu não iria caça -lo entende? Mas tem certeza de que quer fazer isso? Verity deve estar estressada, você entende a situação.
Ele concordou e pegou a sacola de volta.
— Vou cuidar dela, não vou sumir entende? Só quero dar espaço para ela... - ele diz e suspira. - Talvez um dia, ela volte atrás.
Melanie concordou e é claro que não deixaria ele sumir com sua sobrinha, afinal ela ainda não confiava de todo em Gabriel, apesar dele a estar surpreendendo.
Alguns dias depois
Os dias passaram e Gabriel não tornou ao quarto para ver Verity e tão pouco ela pediu para vê-lo, ele apenas passava lá ocasionalmente na madrugada e espiava pela fresta da porta e observava de longe o progresso de cura de Verity enquanto ela dormia, ficou sabendo que ela não foi ver a filha em momento algum também e tentou não deixar que isso o abalasse, afinal a criança tinha um pai, ele não sabia se isso era coisa da cabeça dele mas toda vez que ele punha o dedo na incubadora a pequena coisinha o segurava com seus dedos minúsculos.
Não demorou muito até o bebê poder receber alta e com a certidão de casamento que ainda era valida graças a deus, Gabriel pôde tirar a bebê de lá, tudo sob a supervisão rigorosa de Teddy e Melanie mas ele a avisou que não iria regressar para a mesma casa.
Quando as coisas estavam dando certo com Verity ele adquiriu uma pequena casa no litoral e era para lá que estava indo, deu o endereço à Melanie e passou em frente ao quarto de Verity uma última vez para gravar em sua mente a imagem dela, talvez fosse a última vez que a visse afinal.
Ele foi ovacionado pelas enfermeiras que se derreriam por um cara daquele tamanho e postura carregando uma mochila neonatal com um bebê em um bebê conforto para o carro.
Ele chegou a receber até fraldas e lenços das enfermeiras e algumas até se ofereçam para ser a mãe da menina e ele achou graça.
Como as pessoas eram voláteis em relação a bebês não é? Talvez ele mesmo esteja incluso nisso, enquanto aprontava o carro Melanie o ajudava e o abraçou uma última vez.
— Vou ligar de 10 em 10 minutos. - ela avisou.
Gabriel estava contrariado e queria pedir algo a Melanie e ela entendeu e esperou mas ele não conseguiu dizer nada.
Ao invés disso Teddy quem lhe deu alguns tapinhas no ombro.
— Vou falar com ela, ela vai voltar atrás.
— Obrigado. - Gabriel suspirou aliviado pelo homem o entender mesmo assim, ele estendeu a mão firme para Teddy. - Me desculpe pelos problemas que causei a vocês todo esse tempo, a ajuda de Melanie... Não, de vocês dois...
— Não preciso desse monólogo, já sei disso. - Teddy sorriu um pouco. - Se quiser minha ajuda essa última vez, cuide bem da criança e espere até que ela esteja pronta.
Melanie sorria ao lado do marido para Gabriel.
— Vamos cuidar dela por aqui e você cuide de Verona.
— Verona?
— É um nome forte, ela é uma sobrevivente. - Disse Melanie e empurrou Gabriel para o lado do motorista. - Agora vá embora, iremos aparecer lá a qualquer momento entendeu? Já avisei à ama de companhia para preparar Zari e te ajudar, dará tudo certo!
Mais uma vez o homem se sentiu tocado pela insistência dela e aceitou, com acenos breves e uma despedida rápida Gabriel foi embora e não pode conter-se olhar pelo retrovisor com ansiedade.
Queria acreditar que Verity não iria abandona-los, não agora.
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Meu cavaleiro sombrio (Darkstory +18)
RomanceDepois de ser casada contra sua vontade, abandonando um antigo amor, Verity se vê em um casamento difícil e anseia por libertar-se. Até que tudo muda com segredos nunca antes ditos, e o coração dela passa a estar em constante escolha. Bem? Mal? Fid...