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Por Joe

Sim. —Ele respondeu brevemente, um corte seco, encostei a cabeça no banco, havia começado uma chuva do lado de fora e Bangkok quando chove faz um trânsito terrível. A minha tranquilidade a esse ponto vinha do fato de que não era uma tempestade. Virei brevemente para avaliar o rosto endurecido angelical de meu convidado.

—Uhm... —Deixei o silêncio voltar a reinar. —E você viajou?

—Voltei para Bangkok hoje, estudei fora.

Semicerrei os olhos, isso significava que a inocência misturada na arrogância em seus olhos era sintoma do final da adolescência.

—Legal... E você...

A conversa foi cortada pelo som do toque do celular, o rapaz puxou o celular e o atendeu. Voltei meu olhar para o congestionamento a frente dando privacidade para ele.

De alguma forma, a confusão anterior daquele dia o tinha deixado com uma aparente péssima impressão sobre mim. Era quase como se ele me culpasse pela situação anterior, eu podia ver no ar o rastro suave de distanciamento.

Era como se em letras de led gigantes em sua cabeça estivessem escrito "mantenha distância."

Eu percebi isso claramente, mas de alguma forma o magnetismo imponente daquela pessoa me deixou intrigado.

O som do fim da ligação, veio com ele soltando o celular com força no colo e apoiando a cabeça na janela fechada.

—Eu mudei de ideia.

—Uhm? —Questionei confuso. Voltando a olha-lo, sua expressão bonita estava indecifrável a essa altura em quanto me observava pelo canto do olho.

—Me leve para qualquer lugar.

Qualquer lugar? Procurei em minha mente algo que eu pudesse fazer com ele a essa altura.

—Onde quer ir?

—Onde Phi quiser me levar.

Procurei a menor dica em seu olhar taciturno, mas isso não me levou a nenhuma resposta palpável. Então apenas me lembrei que tinha um restaurante bom ali perto, ele esteve o dia todo no set com Phi Tong e ele realmente tinha chegado hoje de viagem.

—Tudo bem, acho que se eu virar aqui tem um restaurante bom...

—Se Phi não sabe para onde me levar. —A voz quase em um sussurro soou grossa e suave. Nossos olhos se cruzaram a essa altura, a eletricidade que correu entre nós fez meus braços se arrepiarem. —Phi pode me levar a sua casa.

Minha boca caiu em choque, no momento que eu consegui ler nos seus olhos redondos e brilhantes, o que ele queria fazer na minha casa. Antes que eu pudesse pensar minhas mãos soltaram o volante com tanta força que o carro deu um pequeno solavanco para frente.

Voltei a olhar para frente quando puxei o freio de mão, encarando o pára-brisa úmido, senti o sangue correr para meu rosto em resposta, sua risada calma preencheu o súbito silêncio dentro do carro.

E eu só pude pensar, em todas as razões pelas quais eu não deveria fazer isso.

Mas nenhuma delas fez o menor sentido naquele momento.

Parei o carro na frente do sobrado bege. As luzes de casa estavam apagadas e isso me tranquilizou brevemente.

Rose deve ter ido embora já. Então eu não teria que explicar muito.

Descemos do carro em silêncio, eu caminhei na frente procurando a chave da porta no molho que eu tinha na mão. Girei a chave na fechadura, abrindo a porta com cuidado.

A Luz que Deixou seus Olhos • MingJoeOnde histórias criam vida. Descubra agora