A Luz que Deixou seus Olhos • MingJoe

48.

Por Joe

Eu mantive seu olhar raivoso com a minha expressão mais inocente e limpa. O conhecia bem o suficiente, mesmo essa sua versão fria e indiferente, para saber reconhecer quando ele estava prestes a perder a calma.

Ming nunca foi uma pessoa com o viés muito alto de paciência.

Sua mão apertou mais forte, como se ele estivesse me desafiando a dizer alguma coisa, esperando uma resposta razoável para meu comportamento, mas eu apenas mantive o rosto calmo dizendo em auto e bom tom que não entendia seu olhar congelante.

Internamente, eu sentia os pequenos choques elétricos em meu corpo apenas em tocar na sua pele macia e sentir o cheio do seu perfume Saint Laurent. Mas sabendo que isso era apenas o resultado da atração sexual que ele exercia sobre mim, não me balançaria de forma alguma.

Eu não podia negar, que mesmo com esses dois anos que nos separavam, sendo para mim alguns dias, ele continuava ainda assim, tendo mudado seu guarda roupa e sua postura, tendo a mesma aura atrativa de quando vi aquele garoto de recém vinte anos.

—Uau! —A voz alta da diretora me tirou do transe, virei para observá-la, ainda tendo meu pulso segurado pelo homem. —Vocês tem muita química! —Ela declarou alto fingindo se abanar com a mão. Ming bufou alto me soltando com força. —Ja pensaram em posar para fotos juntos?

—Eu e ele? —Ming questionou. —Você só pode estar brincando! Nós não temos nada a ver.

—Khun Ming, vocês pareciam estar em um mundo só de vocês a alguns segundos e encarando. —Ela continuou, eu apenas me afastei de Ming, descendo do carrossel. —Sério Khun Ming, vocês dois fariam um ótimo casal... Sabe para modelar.

O som de escárnio de Ming me fez levantar a cabeça para encara-lo quando parei ao lado de Khun Fah, ele a olhava como se ela tivesse contado a piada mais vulgar do mundo.

—Eu nunca faria um ghost ship com ele. —A tentativa de Ming me rejeitar, parecia mais ridícula a cada segundo.

—Parece falar para tentar se convencer disso. —Me vi resmungando, Khun Fah riu alto, Ming elevou a sobrancelha para mim.

—O que ele disse? —Ele questionou apertando a mão em punho na frente do corpo, acompanhei o movimento de raiva dele ao me encarar. —Fale alto Joe.

—Eu disse...

—Certo Joe, vamos fazer disso nosso segredo sim? —Fah me interrompeu, quando eu estava prestes a começar aquele embate. Precisei assentir calmamente, meu rosto se suavizou então o encarei.

—Khun Ming precisa de mais algo de mim?

—Bom... Você precisa me levar a empresa mais tarde. —Ele resmungou revirando os olhos. —Então fique aí e me espere.

—Certo querido, deixe seu chefe fazer a mágica dele e assista sim? —Fah perguntou pra mim, só pude aceitar para a senhora que ainda sorria divertida.

Os flash das câmeras trabalhavam arduamente ao redor da figura imponente. Eu estava parado encarando o homem ao qual as luzes se focavam.

Ele que sempre estava estonteante, até usando um mero moletom, era a imagem de um Deus na terra, seu rosto inflexível e seguro de si não se franzia em nenhum instante com as luzes fortes, ele continuava olhando a câmera como se fosse uma velha amiga.

—Certo Khun Ming, solte mais seu lado conquistador sim?

—Conquistador? —Ele olhou Fah ao meu lado confuso. —Como?

—Imagine que a câmera é seu amado, que ele está diante de você e você pode declarar o que sente.

Ming que estava agachado no chão de metal do brinquedo, se apoiou com as mãos pensando por um instante ao olhar o chão.