Por Joe
Lidy havia subido para o seu quarto depois de comer, estávamos os dois sentados um em frente ao outro em um silêncio profundo a um tempo.
Eu não sabia como começar a dizer algo. Mas sentia que a deixa era inteiramente minha.
—Meus pais morreram quando eu tinha sete anos. —Falei baixinho, meus olhos estavam no talher que eu girava na mesa, mas eu pude notar o seu olhar se desviando para meu rosto. —O pai de Lidy, ainda estava no ensino médio, nós só tínhamos uma tia irmã da nossa mãe do segundo casamento de nosso vô, ou seja... Não existia alguém disposto a nos ajudar. —Ergui os olhos para seu rosto, ele parecia surpreso, mas assentia em silêncio me dando espaço para continuar. —Meu irmão, podia ter me deixado em um abrigo, ele era mais velho podia se erguer sozinho... Mas ele não aceitou isso, ele não quis me deixar sozinho. Embora eu fosse uma âncora que o prendesse no chão... Não me entenda errado, eu não penso que ele sofreria pela escolha de ficar comigo, mas sim pelo que ele teria que abrir mão... Mesmo assim, ele não pensou duas vezes em ficar comigo.
A mão quente do garoto, se ergueu na mesa apertando a minha.
O apoio silencioso, me fez o encarar por um momento em silêncio.
—Phi... trabalhou muito, mas se recusou a vender essa casa ou o apartamento. Ele queria que guardássemos o legado de nossos pais, tivéssemos uma estabilidade... Mas eu e ele perdemos o direito de ter uma família, de chegar em casa e ter alguém te esperando, perguntar como foi seu dia... Tudo isso. Nós não tínhamos esse luxo. —Continuei respirando fundo. —Nós tivemos um breve resquício disso quando ele conheceu Phi Na, a mãe de Lidy. Mas... Eu sempre senti que era uma pedra amarrada no seu pé, que estava atrapalhando a vida deles. Então, quando eu decidi atuar, nós tivemos uma briga muito feia.
—Ele não apoiou você Phi?
—Ele... Não achava que era uma carreira estável. —Comentei casualmente. —Eu saí de casa, e não nos vimos por seis anos... A última vez que eu o vi foi, quando desligamos as máquinas de sobrevida... Eu estive então sozinho... Tudo o que eu queria era alguém me esperando em casa, alguém em que eu pudesse contar para estar com a Lidy.
Ming entreabriu os lábios em resposta, como se a compreensão passasse por sua mente.
—Lidy não costuma aceitar pessoas novas na vida dela... Eu na verdade nunca quis apresentar ninguém a ela também... Mas vê-la confortável no mesmo cômodo que você... É tão bom Ming, é bom de verdade. —Os olhos brilhantes e astutos de Ming sorriram para mim.
—Se Phi gosta... Me de a cópia da chave.
—Eu já dei. —Respondi brevemente, Ming me olhou rindo baixinho.
—Daqui Phi.
—Quer dizer que... Espera! Você quer vir morar conosco? —Ele assentiu rindo com a forma como minha voz começou a aumentar o tom, eu sorri animadamente apertando sua mão. —Está falando sério?
—Sim! Posso vir! Mas com duas condições!
Levantei da mesa, cruzando o caminho e sentando do seu lado, suas mãos seguraram as minhas em meu colo.
—Eu posso concordar com o que quiser.
—Bom a primeira é, não devemos nos meter na vida pessoal do outro.
—Sim, por mim tudo bem.
—E a segunda... —Ming aproximou seu rosto de mim. —Não quero você perto daquele Sol.
Franzi o cenho confuso por um instante mas assenti.
—Claro, concordo.
—Então, estamos de acordo Phi!
Minha mente piscava a semana em que estive em stand by e então a dúvida veio a nós.
—Você... sábado passado no apartamento. Você estava com ciúmes?
Ming piscou algumas vezes, sua expressão se escurecendo prontamente.
—Phi Joe.
—Responde?
Quer dizer, se toda a briga posterior foi por ciúmes, isso significa que ele sente algo por mim também. Eu realmente queria sonhar com isso.
—Uhm. —Ele murmurou contrariado assentindo minimamente.
—O que?
—Phi eu já respondi.
—Mas me fale mais alto então.
—Phi!
—É sério você... —O rapaz irritado interrompeu com um beijo profundo, minha diversão em incomoda-lo se extinguiu.
Sua boca dançava sobre a minha livremente, seus dentes torturaram meus lábios até que eu me rendesse dando plena passagem para a língua, as mãos dele soltaram as minhas e se afundaram no cabelo da minha nuca, mantendo minha cabeça voltada para ele.
Eu gemi baixo quando ele se afastou minimamente apenas para lamber toda a extensão dos meus lábios lentamente, nossos olhos se encontraram frente a frente.
O fogo no qual eu nunca perdia a oportunidade de me queimar, ardia.
Ele deixou um selinho se afastando, mas minhas mãos puxaram sua cintura para perto, fazendo seu tronco permanecer próximo a mim.
Nossos rostos não estavam mais quase colados, então ele sorriu devasso me encarando desafiando silenciosamente.
—Vamos pro meu quarto? —Pedi baixinho. Ming meneou a cabeça lentamente, sua mão acariciando meu cabelo parada no mesmo lugar.
—Porque Phi me quer em seu quarto? A essa hora da noite? —Seu murmúrio com a voz grossa e baixa lançou pequenos choques no meu corpo.
Senti minha boca se inundar de saliva, a sede que eu sentia dele em uma semana, eu não costumava sentir em meses sem sexo.
—Ming... —Pedi baixinho, ele ainda sorria me olhando.
—O que deseja Phi Joe? Uhm?
—Você... é um demônio! —Resmunguei sentindo minha bochecha esquentar. Ele mordeu o lábio, fazendo meus olhos acompanharem a subsequente movimentação lenta de sua língua nos lábios inchados.
—Phi precisa dialogar mais, peça o que quer e eu penso se te darei.
—Eu quero você. —Pedi contrariado, mas o tesão me queimava a cada minuto mais.
—Eu estou aqui...
—Ming... Não me faça pedir isso.
Uma mão sua abandonou minha nuca, percorrendo o caminho pelo meu pescoço nu, descendo os dedos pelo meu peito por cima da camisa, então passou a barriga e por fim.
—Ah... —Gemi baixinho com a massagem suave de sua mão na minha ereção por cima do Jeans. —Ming... Por favor...
—Por favor o que Phi Joe?
Merda, eu sentia minhas pernas tremerem em expectativa, sentia meu pau se contorcer dentro da calça apertada. Podia ver em seus olhos que ele estava na mesma situação.
Mas porque ele tinha que ser tão mandão e cheio de si assim? Será que era só eu que perdia o controle com ele diante de mim?
—Me fode Ming... Por favor faça isso.
Ele sorriu satisfeito, assentindo lentamente, em quanto puxava minha boca para a dele, me beijando com fome e desejo.
![](https://img.wattpad.com/cover/372809057-288-k644932.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Luz que Deixou seus Olhos • MingJoe
FanfictionNossos olhos se cruzaram no exato momento em que a luz do apartamento iluminou o espaço antes vazio. Eu soube, no momento em que ele fechou os olhos com o semblante cheio de realização, que a pessoa que esperei por dois anos, sempre esteve diante d...