A Luz que Deixou seus Olhos • MingJoe

23.

Por Joe

Naquela manhã de verão, meu coração estremeceu de uma forma que eu nunca senti antes. Observava sentado no sofá, os dois animados no tapete da sala brincando com o tablet.

O bolo cortado com a foto de um idol de kpop estava em cima da mesa de centro, os dois riam baixinho vendo uma perfomance de um grupo. Subitamente em um período de três meses o rapaz diante de mim sabia o nome de todos os garotos dos grupos favoritos dela e comentava sobre os shipps entre eles.

—Ei Nong Joe. —Tia Rose surgindo na sala me fez saltar brevemente assustado me virando para ela, as pessoas que eu observava continuavam compenetradas no seu mundo particular, o olhar da tia passou deles para mim. —Porque você fica olhando eles de longe assim?

Minha bochecha corou e eu fui obrigado a sorrir timidamente.

—Como assim tia?

—Me parece, que seu coração pertence a alguém.

—Tia Rose...

—Fico feliz, em saber que você está feliz... Todos esses anos, você sempre foi forte e alegre... Mas Tia via um vazio em você... Tia fica feliz, que esse vazio agora foi preenchido.

Qualquer resposta que eu poderia dar desapareceu com ela acariciando minha bochecha sorrindo.

—Tia já vai então! Bom desencaso e bom fim de festa.

—Obrigado Tia, por... me entender e apoiar.

—Tia entende... Meninos tia vai indo. —Ela falou alto para os dois, observei eles balançando a mão para se despedirem, como se estivessem conectados.

Ri baixinho quando a porta se fechou, chamando a atenção dos dois.

—Tio Joe, vem aqui assistir com a gente o programa. 

—Uhm... o que estão vendo então? —Perguntei sentando no chão, meu braço descansando no sofá por trás dela. Lidy sorriu virando para mim.

Antes que eu pudesse comentar a perfomance, dedos suaves acariciaram meu braço, a ponto de me fazer levantar os olhos e encarar aquelas duas orbes brilhantes.

Um sorriso divino tomou seu rosto magnífico me levando a ofegar baixinho.

Lidy ainda falava sobre o shipp, quando levantou a cabeça para nos olhar.

—Tio Joe? —Desviei os olhos da cela que era o olhar da pessoa bonita, sendo seguida de uma risadinha maliciosa dele. —Ouviu o que eu disse?

—Ahm... Sim...

Ela sorriu docemente antes de levantar do chão e nos olhar fixamente.

—Bom... então Lidy vai para o quarto e já volta.

A pequena pestinha apelidada de sardinha correu escada a cima me fazendo semicerrar os olhos.

—Lidy não corra tão rápido! Você sabe que...

Minha boca foi silenciada por lábios macios e quentes, minha reação foi fechar os olhos e entreabrir a boca para permitir que sua língua curiosa invadisse.

Eu gemi baixinho quando ele puxou meu corpo como se fosse leve como uma pena para encostar no seu. Ming apertou minha cintura com força com uma mão em quanto afundava os dedos da outra no meu cabelo, me impedindo de fugir de seu beijo.

Não que um dia eu fosse pensar nisso, em sair de seus braços.

Quando ele me permitiu respirar e abrir os olhos, o encarei chocado, mas ele apenas riu.