A Luz que Deixou seus Olhos • MingJoe

37.

Por Joe

A linda garota diante de mim, embora estivesse toda amarrotada da briga, com um arranhão no rosto e o cabelo bagunçado, ainda era a razão dos meus sorrisos.

Hoje eu podia avaliá-la mais claramente, ela estava bem mais alta, o seu corpo havia dado olá para a adolescência, aos poucos os anos iam a tornar uma mulher.

Eu esperava, que ela se tornasse uma mulher feliz e realizada.

—Obrigada por ontem Phi. —Ela disse subitamente, ainda apertando o cardápio em suas mãos juntas.

—Ontem?

—Sim quando... Desmaiei na sua frente. Soube que você cuidou de mim.

—Ah pensei que não se lembrava.

—Estou surpresa de vê-lo novamente, principalmente trabalhando para meu Tio. —Ela comentou, de repente seu olhar se fechando em fendas para mim, como se eu estivesse a insultando de alguma forma. —Você é o Phi Wen certo?

—Eu fui, mas agora meu nome é Joe, pode me chamar de Phi Joe.

—O que... disse? —Seu rosto desconfiado subitamente se tornou uma máscara branca de choque. —Phi Joe?

—Sim! Eu vou cuidar de você agora e...

—Eu não preciso que ninguém cuide de mim. —Ela me interrompeu, novamente parecendo irritada, ainda mais irritada que antes. —Você não deveria se envolver nos meus problemas, o que quer que aconteça apenas reporte ao meu Tio.

Franzi o cenho irritado com o fato de que aquele homem havia tomado minha posição e meu papel na vida dela.

Mas isso não ia ficar assim de forma nenhuma.

—Lidy, você tem que...

—Khun Lidy. —Ela falou subitamente, seus dedos se apertando mais ao cardápio.

Suspirei, a esse ponto eu havia claramente pisado no seu calo, não conseguiria me aproximar dela.

—O que houve hoje para aquela briga?

—Não importa.

—Você vai reportar a coordenadora da escola?

Ela riu alto de repente. Voltando a me encarar irritada.

—Acha que eu posso mudar algo com isso? Só ia me tornar o foco delas ainda mais.

—Você não pode ficar sendo tratada assim...

—Eu sou só uma órfã. —Ela disse subitamente, fazendo minhas palavras serem engolidas.

—Não fale assim, Khun Ming se preocupa com você. —O fato de eu precisar lembrá-la que ele podia ser o alento dela me irritou profundamente. Mas Lidy não demonstrou nenhuma reação a isso. —Suponho que ele queira protegê-la.

—Querer não é poder. —Ela assegurou, fazendo sinal pro garçom. —Sabe qual é a coisa que mais irrita pessoas como aquelas garotas?

—Uhm? O que?

—Alguém que não sabe o seu lugar. E que tenta subir com conexões. Pessoas que nascem como eu, fora da alta sociedade, nunca farão parte dela, não importa quanto dinheiro eu receba de mesada. —Ela respondeu sombriamente. Quando o garçom chegou ela abriu a boca para pedir.

—Um chocolate quente com marshmallow, por favor faça com cacau e não achocolatado e um macchiato de caramelo. —Pedi automaticamente, talvez por que eu estivesse imerso nas palavras dolorosamente realista de Lidy, ou talvez por que eu só queria que ela descobrisse isso.