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Por Joe

Os lábios suaves que corriam pelo meu corpo, faziam meus pelos se arrepiarem, eu sentia a minha pele cada vez mais sensível, como se até o vento suave do ar condicionado pudesse elevar o calor que eu sentia.

—Oh Por favor... —Gemi baixinho, deixado com a barriga para baixo, em quanto a boca molhada passeava pelas minhas costas livremente. —Por favor... —Suspirei novamente sentindo seus dedos me abrindo suavemente.

Era como flutuar no céu, meu corpo parecia pertencer aquelas mãos, aqueles lábios, aquela pessoa que me guiava.

—O que deseja Phi? —Ele perguntou baixinho na minha orelha, não sem antes deixar uma mordida suave no lóbulo. —Peça e terá...

Ele parecia se deliciar em me ver implorar por ele, em ver como meu corpo respondia ao dele, a cada mínimo passo que ele avançava.

Mas, quanto mais ele me levava a implorar por ele, maior era meu desejo de implorar eternamente.

Eu queria ter aquele olhar brilhante direcionado para mim, de admiração.

Passei aqueles meses, imerso nisso, na experiência de entender seus gostos e desejos, conhecer tudo sobre ele. Sinceramente? Ele se tornou minha matéria favorita.

Eu estava cada vez mais ávido por esse conhecimento.

E quanto mais eu aprendia, parecia que menos eu sabia. Era uma sensação como a de segurar areia da praia em suas mãos, aos poucos ela escorre entre seus dedos, sentia que eu nunca poderia finalmente ter a sensação de estar com ele.

No fundo de meu coração, essa confusão silenciosa, nunca foi mais do que um grão de areia, mas estava ali, arranhando, pedindo atenção.

Eu nunca cheguei a realmente dar essa atenção. Pelo menos, não até que fosse tarde de mais.

Naquela tarde, eu cheguei no apartamento suspirando, dando de cara com a pessoa que folheava um livro na sacada.

Eu não esperava encontrá-lo aqui, mas senti um súbito alívio de estar na presença dele.

Sorri abertamente deitando no seu colo, vendo seu olhar curioso se voltar para mim, fechou o livro e acariciou delicadamente meu cabelo.

—Veio fazer o que aqui? —Perguntei baixinho.

—Eu tive uma reunião, não queria incomodar Lidy, ela estava dançando na sala.

—Ela tava fazendo muito esforço? —Perguntei fazendo menção de levantar, Ming me segurou pelos ombros, se sentando mais confortavelmente.

—Calma Phi, Tia Rose está com ela e ela sabe os limites do corpo dela já, você sabe que ela precisa fazer algum exercício, ela é só uma menina.

Franzi o cenho incomodado, ele suspirou passando os dedos nas minhas franzidas da minha testa.

—Ela precisa se divertir mais. E fazer coisas da faixa etária da idade dela.

—Ela é super dotada. —Murmurei, Ming me olhou sorrindo. —Ela não gosta nem se interessa muito em brincadeiras.

—Eu também sou. —Ele respondeu. —Entendo ela, vejo muito de mim nela.

Ficamos em silêncio por um momento, em quanto ele ainda mexia no meu cabelo.

—Está cansado? O que houve no trabalho?

Geralmente, voltar para casa e ver Ming e Lidy me esperando, aos poucos com o passar do tempo se tornou o melhor remédio para um dia incômodo.

Na verdade, só de vê-los rindo e brincando um com o outro, eu podia me esquecer o quanto o trabalho me sugava ao ponto de me fazer sentir apenas rancor em estar ali dentro do set, que um dia já foi o lugar onde eu podia me expressar.

A Luz que Deixou seus Olhos • MingJoeOnde histórias criam vida. Descubra agora