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Por Joe

Tudo pareceu passar como uma nuvem confusa diante dos meus olhos, até o momento em que me sentei em uma cama desconhecida, dentro de um quarto desconhecido.

A mãe de Wen parada na porta do quarto da simples casa de madeira sorria maravilhada em minha direção, com um carinho que parecia transbordar em sua feição calma.

—Filho, faz anos que não te vejo assim, no seu quarto. —Olhei ao redor o quarto simples, me perguntando que tipo de trabalho esse Wen fazia na indústria do entretenimento na Coreia, já que sua mãe ainda morava em uma casa tão pequena e humilde em Bangkok. —Senti saudade de te ver aqui assim, desde que você voltou pra Bangkok você não veio para casa. —Ela acrescentou abaixando um pouco o tom de voz, ato que me fez voltar a olhar para ela, seu rosto amável estava com a expressão apertada em uma feição dolorida.

Parece que Wen não era um filho presente.

—Onde eu ficava mãe? A senhora sabe?

—Bom... Não, desde tudo o que aconteceu você estava distante... Mas isso passou! Tudo aquilo acabou filho, agora você pode viver no seu próprio país! Bom vou deixar você descansar tudo bem? Qualquer coisa chame a mãe. —A senhora sorriu pra mim afetuosamente antes de sair e fechar a porta.

Encostei as costas na cabeceira da cama, puxando o telefone celular que me foi entregue do bolso.

Até então eu não tinha seque mexido nele. Desde minha conversa com Phi Wut e ele ter acompanhado a mim e minha mãe pra casa, eu deixei para pensar nas questões complexas quando estivesse finamente sozinho. Não fazia ideia de que passo dar agora, uma vida nova me foi entregue sem o meu consentimento e sequer parecia ser uma vida comum.

O telefone ligou assim que eu o conectei na tomada, mostrando o símbolo da maçã, antes de abrir para a tela em que eu deveria colocar uma senha.

Mas agora, qual seria a senha?

Puxei o laudo médico da minha alta da mochila e folheei as páginas procurando alguma resposta fácil.

A data de nascimento de Wen caiu sobre meus olhos. Me fazendo paralisar um pouco.

—6 de junho? —Franzi o cenho confuso por um momento.

Eu nasci dia 6 de junho, dois anos antes.

Digitei a data no teclado numérico e o celular desbloqueou diante de meus olhos, assim que a internet foi conectada, as notificações começaram a apitar sem parar no smartphone, de qualquer forma eu ignorei todas as mensagens abrindo o navegador. O nome completo de Wen estava no prontuário, mas aparentemente ele usava um nome diferente na Coreia, por que mesmo pesquisando ele, não me trazia informação nenhuma. Procurei por apenas Wen, mas também não achei nada.

Por fim, decidi ver aquilo que eu tinha certeza. Eu mesmo. Meu nome completo abriu várias notícias, a mais recente sendo sobre buscas pelo meu corpo pelo leito do rio.

Mas de qualquer forma não levava a nada e por mais que eu lesse matéria atrás de matéria, não existia nenhuma menção a pessoa com a qual eu estava naquele dia. Por mais que vários estranhos tenham ouvido a nossa última conversa aos gritos.

—Então... Parece que a família Akrayotha consegue silenciar mesmo qualquer coisa não é? —Balancei a cabeça rindo baixo.

Mas então, a imagem daquele comercial que havia me congelado pela tarde voltou a minha mente, me levando a pesquisar sobre aquela pessoa agora desconhecida.

A Luz que Deixou seus Olhos • MingJoeOnde histórias criam vida. Descubra agora