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Por Joe

O ponteiro do relógio no painel do carro continuava girando na sua velocidade comum, mas minha angústia se tornava cada vez mais paupável.

Eu tinha certeza que o ponteiro a essa altura estava mais lento que o normal.

Já era meio da tarde, vi muitas pessoas entrarem e sairem do restaurante. Quando finalmente entrei porta a dentro.

—Boa noite, Khun Ming está por aqui? —Perguntei para a recepcionista, ela assentiu sorrindo aliviada para mim.

—O senhor é algo dele?

—Oh... Sou o secretário.

—Khun Jim não trabalha mais com ele?

—Ahn... Ele está com o irmão mais Velho dele... Mas... Ele entrou de manhã, daqui a pouco eu preciso ir...

—Sim, o senhor pode me acompanhar por favor? —Concordei em seguir a mulher pelos corredores do já conhecido restaurante, ela apertava as mãos apreensiva quando parou na frente de um salão que eu já havia estado no passado. —Khun, não tem problema ele permanecer aqui se ele assim desejar.

Franzi o cenho confuso, ela abriu a porta sinalizando para eu entrar.

Caminhei para dentro do salão privado vendo apavorado a bagunça que estava aquele lugar.

A porta atrás de mim foi fechada, eu olhei ao redor os cacos de porcelana espalhados no chão junto com comida.

Coloquei a mão sobre minha boca horrorizado vendo a mesa virada, as cadeiras caídas e o homem sentado no chão encostado no balcão, rodando uma taça de vinho na mão, com várias garrafas ao seu redor.

A figura com o cabelo sempre cuidadosamente penteada com gel para trás, estava com a longa franja preta caída em sua testa, os fios em cima de suas pálpebras fechadas, em quanto sua cabeça batia lentamente no móvel de madeira atrás dele.

Minha voz desapareceu da minha garganta por um tempo. O salão estava vazio, só havia ele e aquela bagunça parecendo que passou um furacão ali.

Precisei despertar de meu topor, vendo que estava prestes a dar quatro e meia e as cinco e meia eu tinha que buscar Lidy.

—Khun Ming... —Chamei baixo, minha voz saindo fina como um suspiro.

—Eu já mandei todos vocês saírem! —Ele gritou irritado atirando uma das garrafas de vinho na minha direção, desviei dela que se partiu em vários pedaços caindo no chão ao meu lado, ele sequer abriu os olhos.

Tossi baixinho, me aproximando lentamente, tentando desviar daquele caos. Abaixei a sua altura, tirando a taça de sua mão lentamente.

—Você não vai me... —Ele abriu os olhos para gritar comigo de novo, me encarando, sua expressão irritada se derreteu subitamente. —Phi... Joe.

Eu pisquei os olhos confuso por um instante. Seus olhos redondos brilhavam com as lágrimas que tomaram eles nesse breve segundo que ele me encarou.

—Phi Joe... —A voz se tornou doce subitamente, quando sua mão tocou minha bochecha, a palma machucada que sangrava avidamente acariciou meu rosto com cuidado. —É você mesmo?

—Ming... eu... —Não tive tempo de responder, seus lábios quentes colaram-se nos meus.

Senti meu coração disparar, a ponto de cair sentado ao seu lado, isso o levou a afastar as garrafas de vinho de perto de nós, Ming se virou subindo em meu colo subitamente, ele se sentou em minhas coxas, quebrando o selar de lábios para colar sua testa na minha.

A Luz que Deixou seus Olhos • MingJoeOnde histórias criam vida. Descubra agora