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Por Joe

Meus dedos apertaram o tecido macio do sofá em quanto eu tentava conter a ansiedade em ter sido descoberto e também em entender por que sua expressão estava séria quando ele se sentou ao meu lado, me estendendo uma pasta cinza.

—É melhor você ver isso você mesmo Phi.

Sol me permitiu abrir a pasta desconhecida, encontrando subitamente o nome do meu irmão mais velho.

Caso X - Acidente de carro

Meus olhos correram pela primeira página rapidamente, mas quando eles chegaram ao fim, eles voltaram para o topo e eu reli lentamente a primeira folha.

Precisei reler ainda mais devagar da terceira vez.

E então da quarta.

Por fim eu abaixei a pasta lentamente, olhando para a vista da janela de novo.

—Continue Phi...

—Me dê um minuto Sol. —Murmurei sentindo minha voz desaparecer na minha garganta.

Talvez eu precise de algumas horas.

Minha mão tremia quando o copo de água foi entregue a mim, Sol ainda me avaliava ansiosamente, quando se abaixou a minha frente, eu ainda encarava a pasta que a essa altura estava no chão.

—Phi...

—Espere. —O interrompi novamente, sinalizando com a mão para pará-lo. —Eu realmente preciso de um instante.

—Phi... Você está catatônico a um tempo já.

E talvez o resto da vida em choque não fosse o suficiente.

—Eu sabia que foi assim, mas ler tudo isso...

—Eu sei Phi... Na verdade. Eu preciso te confessar algo. —Levantei meus olhos turvos para o seu rosto preocupado. —Quando você desapareceu... Eu te procurei por um tempo... Mas quando passou a possibilidade de encontrá-lo... Vivo... Bom Tong soube disso.

Assenti, para que ele continuasse.

—E aí... Ele e a família dele deixaram de pagar pelo silêncio de todos, meu investigador então me trouxe isso... Phi eu nunca pensei que poderia te trazer isso nessa vida. Isso me deixa feliz... Que você saiba a verdade.

—Sim.  —Respondi sentindo essa angústia calando minha garganta.

A confusão que eu sentia, eu sequer conseguia pensar em algo concreto, tudo o que eu via na minha frente era a imensidão daquele rio dois anos atrás.

—Tirar o papel dele... —Murmurei rindo repleto de sarcasmo. —É algo tão tolo... Poderia servir para pagar a humilhação que ele me fez passar naqueles cinco anos... Mas isso aqui. —Apontei para pasta no chão encarando Sol. —Não pode fazê-lo pagar o que ele deve, não só para mim, mas pra Lidy.

A menção do nome de Lidy fez Sol me olhar por um instante.

Como se esperasse algo de mim.

—Você... Pretende falar com Ming? Para que ela volte a morar com você Phi?

—O que eu diria a ele?

—Bom... Que você é o Tio dela a princípio.

—Sol... Se eu quisesse que ele soubesse sobre mim, eu já teria dito. Nossa relação é fadada, não quero que ele saiba.

—Mas e Lidy?

—Eu... Cuidarei dela, a cima de tudo tenho que presar a segurança dela. Ainda mais com isso aqui. Se o Tong souber que eu estou vivo ela estaria em perigo.

A Luz que Deixou seus Olhos • MingJoeOnde histórias criam vida. Descubra agora