13.

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Por Joe

Meu humor se deteriorou lentamente até completar uma semana da noite que voltava para meus sonhos dia após dia.

Os dedos arranhando minhas costas, a boca beijado minha pele...

—Phi Joe? —Khom me chamou, me fazendo piscar. —Você está ouvindo a gente?

Nesse momento eu estava sentado nas costas dele em quanto ele fazia uma prancha no tatame, quando voltei a mim ele caiu e eu caí em cima dele, fazendo todos os outros na sala rirem alto.

Levantei do chão com um pulo erguendo a mão para que ele pudesse se erguer.

—Acho que já que estamos nos divertimos podemos contar até cem em prancha.

As risadas subitamente desapareceram. Sorri arrumando meu cabelo bagunçado.

—Ei Khom? Você namora não é? —Questionei um tempo depois, segurando os tornozelos dele em quanto toda a equipe fazia cem abdominais, Khom estava ofegante quando parou me encarando.

—Sim Phi, faz seis meses.

—E como você, conquistou sua namorada? —Minha dúvida sincera chamou a atenção dos demais. Khom me avaliou por um momento bebendo água.

—Ah Phi eu mandava mensagens sempre para ela, com tiradas sabe?

—O que é tirada?

—É tipo dar em cima. —Ele respondeu, vendo minha expressão facial confusa.

Mas por aí a sombra de uma ideia passou na minha expressão, abri um sorriso contente e levantei do chão.

—Certo, então vocês continuem. Eu preciso... Beber água.

Quando sai rápido consegui ouvir o murmúrio confuso de todos, peguei o celular abrindo e fechando o chat do line.

Será que eu vou parecer muito idiota?

A lembrança do seu olhar desafiante no primeiro dia que nos conhecemos, quando ele disse "me leve para sua casa."

Levou toda a minha sanidade, em quanto eu digitava.

Joe: Meu trabalho é ser substituto, mas se você quiser eu posso te satisfazer.

Eu ri baixinho depois de enviar de total vergonha, em alguns segundos a mensagem foi lida, mas em compensação nenhuma resposta. Suspirei para mim mesmo.

Pelo menos eu dei o primeiro passo.

—Phi Joe... —Alguém resmungou em quanto eu tentava bater meu próprio recorde plantando bananeira, eu já estava nos sessenta segundos. —Melhor você descer, você está tão vermelho.

—Ei fala sério! —Khom reclamou alto. —Phi Joe é o melhor nisso.

—Vocês precisam... Sempre estarem prontos para se superar ok?

Eles riram, mas o coro contando os segundos continuou. Eu só precisava chegar a 120 segundos.

Mas a pessoa que fechou a porta de vidro entrando na sala me fez cair no chão.

—Hey Phi? —Khom e os outros se amontoaram me observando. Meu rosto já estava vermelho, então não tinha como corar mais.

Porém o olhar ansioso em meu rosto era bem nítido.

—Tudo bem, vocês podem ir para casa, depois continuamos. —Respondi rápido levantando do chão, ignorei o olhar confuso deles saindo da sala, passando pelo homem vestido inteiro de preto, os dedos percorriam a alça de uma bolsa YSL, ele acompanhou as pessoas saindo com o olhar antes de se virar para mim sorrindo.

Fazia uma semana que eu não via aquele rosto, ele parecia ainda mais belo do que antes.

—Ming...

—Phi Joe... —Ele se aproximou lentamente com uma expressão inocente. —Tem algum banheiro aqui?

—Ahn... Ali atrás —Apontei. Ele assentiu vendo para onde eu apontava, então se virou para mim balançando a cabeça.

—Pode me levar lá?

Pisquei confuso mas assenti, caminhando pela grande sala vazia.

—Sobre, meu comportamento com mulheres, eu sempre fui assim com elas sim, na verdade eu fiquei ainda mais atencioso depois que Lidy foi para casa. —Comecei uma explicação em quanto caminhava, minha mente tentava percorrer os motivos que o fez ficar tão irritado comigo naquele dia, então decidi unir os pontos momento. —Eu crio uma garota entende? Eu tenho a obrigação moral de ser atencioso, até para dar esse exemplo para a Lidy, para ela nunca aceitar menos do que merece.

—Uhm... não esperava isso. —Ele comentou parecendo alheio a minha explicação. Mas sua continuação me surpreendeu. —Você é muito atencioso Phi, isso é tão... diferente.

Me virei para encara-lo questionador, com a mão na maçaneta.

—O que quer dizer com isso?

Sua expressão ainda inundava inocência em seu olhar, mas seu sorriso se tornou malicioso o suficiente para me arrepiar.

—Eu gosto disso Phi, do quanto você é atencioso. —A palavra atencioso em sua boca soou estranhamente explícita. Mas balancei a cabeça abrindo a porta.

—Uhm desculpe por isso, o banheiro é meio isolado.

Ele fechou a porta atrás dele e o som baixo da chave trancando me fez virar para ele.

—Tudo bem Phi... assim, ninguém vai poder ouvir a gente. —A confusão em meu rosto desapareceu quando aquele homem me empurrou na grande pia do banheiro, sua boca colada na minha com fome.

O beijo que ele me deu, era como se quisesse me engolir por inteiro, seus dentes morderam meu lábio até que eu os abrisse para que sua língua entrasse em minha boca totalmente, suas mãos apertaram minha bunda tentando se enfiar dentro do short.

—Ei espera Ming... —Consegui afastá-lo o suficiente para encarar sua expressão cheia de luxúria. —Eu... preciso ainda...

—Phi... —Sua voz rouca e baixa me calou, encarei seu rosto me desafiando em silêncio. —Então tente me parar. —Ele murmurou, seus olhos encarando minha boca.

Esse olhar, direcionado a mim. A forma como ele parecia desenhar na sua mente as imagens mais eróticas possíveis em que eu estivesse a sua disposição, me fez sorrir e beija-lo de volta.

Arranquei sua camisa, ele arrancou a minha, empurrei seu corpo na parede, descendo minha boca pelo pescoço cheiroso.

Porra faz uma semana, uma semana que eu sonho todos os dias com a forma que ele me teve com fome, que me fez desmaiar de cansaço, me fez esquecer de tudo o que eu tinha para fazer.

A forma como ele murmurou que queria em comer de frente pro espelho, como ele me fez provar o melhor do sexo em apenas uma noite.

Ele gemeu baixinho quando mordisquei seu colo, levantei a cabeça para ver seu rosto entregue ao prazer, os olhos fechados. As mãos de Ming apertavam o músculo do meu braço com força, quando me ajoelhei diante dele, puxando a calça e a cueca da Calvin Klein para fora do seu corpo.

O garoto abriu os olhos para me encarar, seu rosto esbanjando uma arrogância deliciosa.

Céus eu queria, queria me submeter a qualquer coisa que esse homem quisesse, desde que eu tivesse a oportunidade de vê-lo me olhar assim.

Eu seria tudo para ele tudo.

Desde que eu fosse o protagonista da sua vida, não um mero substituto.

A Luz que Deixou seus Olhos • MingJoeOnde histórias criam vida. Descubra agora