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Por Joe

O olhar do meu chefe percorreu meu rosto, antes de avaliar meu corpo dos pés até a cabeça.

Se fixando nos meus olhos por um instante.

—Phi, você vai se vingar dele então? —Sol perguntou finalmente, me fazendo o encarar com os olhos trêmulos.

—Vou tirar tudo o que eu puder dele, começando pela sanidade. —Respondi, apertando a pasta que eu peguei do chão novamente em meus dedos. —Vou fazer ele se lembrar de mim, sentir culpa por mim e depois vou fingir que ele está imaginando coisas.

—Mas... porque Phi pensa que... Sua memória pode incomodar ele?

—Eu percebi, nos últimos dias, ele deve se sentir culpado pela Lidy. Mas seja qual for o motivo dele... O que me interessa é que ele pense em mim, como se eu fosse um fantasma ao seu redor.

—E sobre seduzir ele?

—Vou trabalhar nisso. —Respondi brevemente. Ainda encarando a casa enorme pela grande janela da sala de Sol. —Eu sei bem o que fazer.

Os olhos do meu chefe pararam na minha boca então, encarando meus lábios brilhantes.

Sabe Phi... Você tem uma boca tão linda. —Ming murmurou passando os dedos pelos meus lábios despreocupado, deitado na cama ao meu lado. Estávamos nos olhando a algum tempo, quando ele disse isso subitamente.

—A sua também. —Respondi, não podendo deixar de me lembrar daquele primeiro dia em que acordei ao seu lado, quando sua feição suave adormecida me fez parar admirando-o

—Ela sempre me parece tão apetitosa, é tão bem desenhada e carnuda...

Seus olhos brilharam como os de um leão faminto.

Os olhos de Ming faiscaram da minha boca para meus olhos, perigosos.

—O que... houve com você? —Sua voz chocada quase não saiu. Eu apenas sorri docemente.

Phi, você tem um sorriso tão adorável, parece sempre carregar uma energia única sabia? —O rapaz falou de repente em quanto Lidy se ficava no jogo do vídeo game. Eu sorria divertido vendo-a se irritar com o bônus, me virei surpreso para observar o mais novo que me avaliava.

Eu gostava de como sua expressão sempre parecia tão distante quando estava me encarando, mas parecia ao mesmo tempo prestar tanta atenção aos pequenos detalhes meus.

Fatalmente descobriria, que ela estava distante porque não era eu quem ele queria ao seu lado. E também... Esses gestos que me diferiam de Tong o incomodavam em algum grau.

Afinal... Eu não passava de um substituto para aquele homem, ele via as divergências entre nós com mais clareza do que tudo.

Joe... —Ming chamou minha atenção, querendo uma resposta. Caminhei brevemente até a porta abrindo-a para ele, meu olhar tedioso saiu de seu rosto, como se ele não passasse de uma obrigação incomoda pra mim, observei minha sobrinha que a essa altura se recuperou do choque caminhando até nós calmamente. —Você... Não vai me responder?

A insistência angustiada do meu chefe, quando sua mão trêmula apertou meu braço, me fez o avaliar sério.

—Sobre o que Khun Ming?

Sua expressão se fechou, eu soube que ele iria iniciar uma discussão, então me virei para Lidy.

—Está bem hoje Khun Lidy?

—Eu... Sim Phi Joe... —Lidy passou por Ming, evitando me olhar a essa altura. —Você... Está diferente hoje.

—Gostou?

A Luz que Deixou seus Olhos • MingJoeOnde histórias criam vida. Descubra agora