A Luz que Deixou seus Olhos • MingJoe

30.

Por Joe

Eu estava imerso em pensamentos em quanto subia a escada do escritório, a confusão do meu pesadelo retornando com lembranças torturantes que pareciam tão enterradas no fundo da minha mente.

Eu não quero pensar nisso.

Não quero lembrar daqueles dias.

—Phi, pensou que poderia fugir de mim. —A voz irritada a minha frente, me fez erguer a cabeça e voltar para o presente, quando encarei o rosto irritado de Ming.

—Você já saiu da minha casa? —Perguntei diretamente, observando o lampejo de raiva que tomou seu rosto.

O sorriso sarcástico que ele me presenteou foi seguido de sua mão me puxando escada a baixo. Ming me puxou com força para o vão em baixo da escada, onde ele me empurrou na parede irritado.

Encarei seu rosto um tanto mais alto do que eu frente a frente, já que ele me prendia na parede. Quando tentei sair pelo outro lado sua mão fechou meu caminho.

—O que você está fazendo? —Perguntei sério. Ming parecia estar tomado de uma fúria desconhecida para mim até então.

—Você... como ousa me expulsar de casa?

—Ming... é melhor você sair logo, me solta.

—Não!  Você pediu para eu morar com você, agora quer que eu vá embora?

Suspirei alto encarando seu rosto tomado pela raiva, o que não o deixava menos bonito.

—Sim.

—Phi! O que você pensa que eu sou?

—Ah! O que você pensa que eu sou? —Perguntei de volta, fazendo ele ser tomado pela confusão. —Um substituto do Tong?

Sua expressão caiu da raiva de repente.

—O que quer dizer?

—Bom... Quando você chegou bêbado antes de ontem, você me abraçou e me chamou de Tong, o que é? Está triste? Ele vai casar com sua irmã e quebrou seu coração?

—Phi Joe! —Ele gritou, seu olhar ardeu como fogo. —Isso é minha privacidade, você não tem que se meter.

—Exatamente! Eu não quero me meter, por isso estou te mandando sair da minha vida.

—Você... não pode estar falando sério.

—Eu estou. —Anunciei empurrando seu braço com força pra sair de sua prisão, mas antes que eu me movesse, ele tomou meu braço e me prendeu de novo. —Me solta Ming.

—Não! Eu disse para você voltar para casa e você vai voltar.

Antes que eu pudesse dar uma resposta a altura, ele foi subitamente puxado para longe de mim pelo colarinho. Sol olhou para Ming profundamente.

—Se ele não quiser, ele não vai voltar Khun Chai. —Sol falou alto antes de dar um soco no rosto dele.

—Sol! —Chamei assustado, segurando seu braço, ele encarava o outro que caiu no chão surpreso, ele colocou a mão no canto da boca onde um pequeno filete de sangue nasceu e olhou para Sol sorrindo, mas seus olhos encontraram minha mão que segurava o braço dele e então ele desviou o olhar para mim sombriamente. —Sol melhor você ir. —Anunciei o encarando.

Mas a essa altura a pessoa que estava no chão, levantou mais rápido do que eu imaginei e socou o outro de volta.

E então. Eu encarei chocado a briga que se instaurou ali.

Sol cambaleou levemente antes de tentar socar o Ming de volta, que apenas desviou e deu outro soco no Sol, dessa vez no nariz.

—Ming para! —Gritei quando ele segurou o colarinho do outro. Puxei seu braço com força. —Solta Ming, para.