INSANIDADE

Capítulo 18 || Fire Meet Gasoline

Combinamos perfeitamente
Perfeitos de algum jeito
Fomos feitos um para o outro
Se aproxime um pouco mais
A chama que veio até mim
Fogo encontra a gasolina
Fogo encontra a gasolina
Estou queimando viva
Eu mal posso respirar
Quando você está aqui me amando
(Sia)

*************************

Ficamos na festa por todo o tempo que acreditamos ser necessário para não chamar atenção, e me despeço de nossos colegas de mesa uns 20 minutos antes de Gabriel sair também. Passo esse tempo no banheiro, trocando mensagens picantes com ele, sentindo meu desejo aumentar a cada segundo.

Quando acha ser seguro, ele parte para o estacionamento e discretamente o sigo. Olhando para todos os lados para garantir que não há ninguém me vendo, finalmente entro em seu carro.

— Agora não tem mais volta, Evelyn. — É o que ouço antes que ele arranque com o veículo, me fazendo tremer. É inevitável.

Fico admirada por Gabriel não me tocar ou sequer dizer qualquer outra coisa durante todo o percurso até o seu prédio. Isso me deixa tensa. O silêncio, amenizado apenas pela música, cria uma névoa de eletricidade nervosa entre nós que se poderia cortar.

Ao chegar na garagem de sua casa, ainda sem dizer palavra, ele abre a porta, me dá a mão e me ajuda a descer. Permanecemos desse jeito, de mãos dadas no elevador e enquanto ele destranca seu apartamento.

Sei que Gabriel sente minha apreensão, minha respiração ofegante e até meu medo, pois seus dedos se apertam nos meus, o único sinal que recebo dele para me tranquilizar um pouco. Mesmo assim, me mantenho calada e cada vez mais intimidada e ansiosa por causa de suas atitudes.

— Te mostro a casa amanhã. Agora vamos direto para o quarto.

A exigência e a aspereza que percebo em seu tom de voz me fazem entender tudo rapidamente. Ele achava que se conversasse comigo não poderia se controlar até estarmos seguros.

Sinto alívio por um lado e preocupação por outro. Eu o quero muito, mas não faço ideia de como vai ser e não ter o controle sobre isso me deixa meio perdida.

Dessa forma, me sinto como uma garota inexperiente quando ele fecha a porta atrás de nós.

Tento me acalmar observando o lugar onde Gabriel dorme. Não tem um leito de ouro ali; o cômodo é todo decorado num design masculino, minimalista e moderno. Sua cama é realmente muito grande, com lençóis, travesseiros, almofadas e edredom em variados tons de cinza, que parecem macios e convidativos. Há um tapete de pêlo baixo sob ela e dois criados-mudos pretos flanqueiam o móvel; acima deles, tem uma luminária pendente preta de cada lado. O chão é de madeira clara e as cortinas brancas saem embutidas do teto adornado por molduras de gesso.

Estou tão distraída por finalmente conhecer seu quarto que mal percebo que ele coloca a minha bolsa de mão sobre uma das mesinhas laterais.

— Nervosa? — Sua voz rouca ressoa em meu ouvido quando ele me abraça por trás, me causando um sobressalto.

— Sim. — Confesso, e ganho um beijo no pescoço. Fecho os olhos e suspiro, sentindo minha pele se arrepiar ao seu contato.

— Eu adoro o seu cheiro, Evelyn. Quero saber qual o seu gosto.