Capítulo 23 || Can't Help Falling In Love

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Homens sábios dizem
Que só os tolos se entregam
Mas eu não consigo evitar
De me apaixonar por você
(Tommee Profitt, brooke)

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Fico esperando Gabriel dizer que também gosta de mim, mas ele não o faz. Ele já tinha dito antes, então eu sei que gosta, por isso e por todas as suas atitudes que valem mais do que palavras. Ainda assim queria ouvi-lo dizer olhando para mim como eu disse olhando para ele agora. Me rendendo, decido questionar após um minuto inteiro de silêncio.

— Você gosta de mim, Gabriel?

Ele mexe a cabeça negando. Imediatamente meu coração dispara e sinto gosto de fel na boca. Não é possível que ele não goste de mim, e todos os sinais? Ele mentiu das outras vezes? Me sinto um pouco humilhada fazendo isso, mas não consigo deixar de perguntar.

— Nem um pouquinho? — Minha voz sai fininha e embargada. Estou prestes a chorar. Meu Deus, o dia de hoje está emocionalmente exaustivo.

Ele pega o meu rosto.

— Está pronta para ouvir o que sinto por você, Evelyn?

Eu sei. De repente eu sei o que ele vai dizer, mas ele não pode, vai estragar tudo, essas palavras são amaldiçoadas. Apenas nego com a cabeça.

Gabriel respira fundo.

— Tudo bem. Vou ter paciência, porque você vale a pena.

— Desculpa. — As lágrimas presas em meus olhos finalmente caem.

Ele se aproxima mais e as beija, tomando-as para si.

— Vamos jantar? — Peço, buscando o ar e mudando de assunto porque estou perto de um colapso emocional.

"Que mulher ferrada o Gabriel foi arrumar... Acho que ele já está percebendo".

Sinto algo como uma facada no coração. Ele vai acabar se cansando de mim. O que estamos vivendo não é um relacionamento leve e descompromissado como os que tive com os outros, para os quais eu dizia que não gostava daquelas três palavras e eles aceitavam. Gabriel não vai aceitar. Ele quer dizê-las para mim e aí a tragédia vai me alcançar pela terceira vez.

"Nós sabíamos que o resultado não poderia ser bom".

Me obrigo a pensar no hoje, no agora, enquanto tudo ainda é feliz e perfeito.

***

Jantamos conversando sobre bobagens e ele conta piadas tão idiotas que não posso evitar de rir, o que alivia um pouco os meus sentimentos. A comida está deliciosa, mas toda a sobrecarga de antes acaba afetando o meu apetite, então como só um tantinho de cada coisa para não fazer desfeita. Retiramos a mesa e colocamos tudo na lava-louças. Ele me explica que tem uma funcionária que cuida da casa nos dias de semana, mas à noite e nos fins de semana, gosta de ter privacidade e ficar sozinho.

Vou ao banheiro social com minha nécessaire para escovar os dentes e quando saio, o encontro me esperando.

— Ainda não terminei de cuidar de você. Te dei remédio, te alimentei e agora vou relaxar seus músculos com uma massagem.

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