Capítulo 28 || You Know I'm No Good

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Eu traí a mim mesma
Como eu sabia que faria
Eu te disse que eu era encrenca
Você sabe que não presto
(Amy Winehouse)

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Estamos em frente à Stardust, a boate de propriedade de um dos tios de Gabriel. Apesar de estar acostumada a rodar as baladas da cidade com Isla, nunca tinha vindo aqui. Vamos dizer que esse tipo de ambiente de luxo não estava incluso nos roteiros mais alternativos que seguíamos.

Sarah me ligou, uma semana atrás, para dizer que sua prima Athina estaria inaugurando seu próprio lounge na casa noturna e que Gabriel e eu tínhamos a presença requisitada, e elas não aceitavam que disséssemos não. Fui incumbida da missão de convencê-lo a vir, ao mesmo tempo em que descobria que toda a sua família já estava sabendo sobre o nosso relacionamento. Fiquei um pouco preocupada, mas ele me garantiu que seus parentes são muito reservados e que a notícia não chegaria aos ouvidos de Margareth.

Assim que entramos na boate, percebemos que o lugar está completamente lotado; na pista, os corpos se movimentam como se fossem um único coração pulsante ao comando da batida do DJ e não posso deixar de me afetar pelo som. Quando percebo, já estou me mexendo também. Eu amo dançar.

Sarah, David, Athina e seus outros primos já estão no lounge, mas eu quero aproveitar esse momento a sós com Gabriel, mesmo em meio a uma multidão de desconhecidos.

Puxo sua mão conduzindo-o para o meio da aglomeração; ele não consegue resistir e me acompanha.

— Só você para me arrastar para um lugar assim. —  Comenta, falando alto em meu ouvido, tentando se fazer escutar apesar da música quase estourando nossos tímpanos.

— Dancei com você num baile de gala, agora você dança comigo numa balada. — Sorrio para ele.

— É justo.

Gabriel está delicioso de jeans escuro, cinto e camisa preta, sem conseguir disfarçar que é um riquinho, ao andar por aí com seu relógio caríssimo e suas botas de couro italiano, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Já eu estou usando um vestido curto e justo preto de paetês e cava americana, mesma cor da minha sandália de salto. Nem combinamos nada, mas nossa sintonia é tanta que acabamos nos vestindo sem querer com a mesma cor.

Meu namorado me mantém o tempo todo perto dele enquanto eu mexo os quadris e agito os braços ao som da música. Está tocando uma que eu adoro, Alive do DJ Alok.

Em determinado momento, percebo que ele não para de sorrir.

— O que foi? — Me aproximo de seu ouvido para perguntar.

Ele me vira bruscamente de costas, abraçando a minha cintura, me prendendo junto a si e diz contra a minha orelha:

— Estou te vendo dançar gostosa desse jeito e não consigo parar de pensar em assistir você rebolando assim, toda nua, no meu quarto.

— Tarado.

— Por você.

Rebolo de propósito, agora me esfregando nele, e ganho um tapa forte na perna em advertência.

— O seu show é só para mim.

Fico com medo de alguém ter percebido, mas estão todos bêbados, drogados ou simplesmente entretidos demais para notar.

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