Capítulo 20 || Going Under

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Manchadas e confusas a verdade e as mentiras
Então eu não sei o que é verdade e o que não é
Sempre confundindo os pensamentos em minha cabeça
Portanto eu não posso mais confiar em mim
Eu estou morrendo novamente
Estou afundando
me afogando em você
estou caindo para sempre
(Evanescence)

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— Q-quem era aquele homem, Gabriel? — Pergunto, nervosa.

— Hank? Um cara que claramente não precisa de óculos, porque conseguiu enxergar muito bem como você é gostosa. E aparentemente não queria parar. — A expressão em seus olhos parece ter voltado ao normal, mas não consigo decifrar seu tom quando diz isso; definitivamente não é divertido, não chega a ser de raiva, mas com certeza não é neutro. É apenas estranho.

— Estou falando sério. — Insisto.

— Eu também. E não gostei nada de assistir meu irmão te comendo com os olhos. Vou ter uma boa conversa com ele.

— Irmão? — Fico em choque. Ele disse que só tinha dois irmãos, Sarah e David, como...

— Vamos combinar assim... — Gabriel interrompe meus pensamentos. — Vou te dar um banho e na mesa do café respondo tudo o que quiser, pode ser?

Ainda trêmula por conta do medo de minutos atrás, concordo.

Ele me abraça e muda de assunto.

— Você está linda com a minha camisa. Ficou muito melhor em você... Muito sexy.

Eu olho para cima e sem perder tempo, ele cola seus lábios aos meus.

— Mas... — Continua, abrindo um pequeno espaço entre nós. — Quero te ver andando pelada pela minha casa para que eu me lembre disso quando você não estiver perto de mim.

Com essas palavras, desabotoa rápido e arranca a peça do meu corpo, jogando-a em cima do sofá.

Ele segura meus quadris com as duas mãos à distância de um braço, me olhando com tanto desejo que nem parece que me viu inteira durante o tempo em que estive em seu quarto.

— Evelyn... Fala que tudo isso é só pra mim, que você não vai dar pra mais ninguém.

Minha respiração faz um bolo na garganta. Ele é tão intenso nas coisas que me diz e no que faz comigo... Não consigo deixar de me arrastar por sua vontade.

— É só para você... — Respondo baixinho.

Gabriel me beija de novo, forte dessa vez, machucando os meus lábios, me deixando louca de tesão. Então me lembro que não posso deixar isso ir tão longe, que tenho que impor alguma distância, algum limite em nossa relação.

— É só para você... Enquanto estivermos juntos. — Corrijo quando o beijo termina.

— E se ficarmos juntos para sempre, é tudo meu para sempre. — Ele conclui com simplicidade, como se isso não fosse um grande absurdo.

— Você é maluco.

— Por você.

— Faz só algumas semanas que a gente se conhece, Gabriel.

— Eu sei. Não pense que não questionei minha sanidade por estar tão caído por uma mulher que eu sequer tinha comido, mas agora que comi — muito — posso notar que minha cabeça estava no lugar certo.

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