57. Deixa Ir

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POV ROBERT PATTINSON




- Então quer dizer que além de ter conhecido minha filha você também faz visitas a ela?- perguntei estendendo uma cerveja para Ana.

Ela estava sentada na varanda lendo alguma coisa no que parecia ser um kindle.

Ana me olhou e deu um meio sorriso ao aceitar a cerveja que eu lhe oferecia, mas não me disse nada.

Nos passamos um dia... peculiar.

Logo que cheguei Aurora ficou um pouco assustada, assim como Maria e eu até entendia.

Elas estavam escondendo algo importante de mim, mas eu não criaria caso.

Se tinha alguém que estava feliz por Ana estar ali este alguém era eu.

Depois do susto, de eu apertar minha filha em meus braços e descobrir que Ana estava a semana toda ali, nos aproveitamos o dia juntos.

Foi a primeira vez em que Aurora ficou na minha presença sem o seu óculos e de olhos abertos.

Eu sempre achei o cinza dos seus olhos lindos, mas ela sempre pareceu constrangida em ficar a vontade, mas Ana parecia lhe estimular de uma maneira positiva.

Aurora parecia livre com ela.

- Maria ajeitou o sofá para mim.- Ela disse tomando um gole da cerveja que  lhe dei.

Eu franzi o cenho, mas logo lembrei que a casa tinha somente três quartos.

Um de Aurora, um de Maria e outro meu.

- Não precisa, Ana.- falei sentando ao seu lado.- Eu fico no sofá.

Ela fez uma careta.

- Não. Amanhã eu já vou embora, só fiquei porque não quis pegar um hotel e perder meu último dia com ela.

Um desânimo me pegou.

- Não precisa ir embora por que eu cheguei.- Eu não queria estragar a felicidade da minha filha.

Ana me deu um sorriso debochado.

- Você se acha mesmo o centro do mundo, ne?- Perguntou me fazendo recuar.- Eu não vou embora por causa de você, Otávio precisa conversar comigo antes que eu viaje em campanha.

Ah...

- Eu acho que sei o que Otávio quer falar com você.- eu disse.

Ana estreitou os olhos para mim.

- Como você pode saber disso?

Tomei minha cerveja, hesitando... Por que eu sabia o quanto aquilo a deixava irritada.

- Robert!- Ela disse, um alerta na voz.

Ah, como era bom ouvir ela chamando meu nome... Será que eu teria a sorte de ouvi-la me chamando em outra circunstância?

Eu ri.

- Calma, menina.- falei me virando para ela. Ana se agitou, se afastando um pouco.- Otávio vai lhe dizer que vendeu as ações dele e de Geovanna para mim.

Alguns segundos de silêncio e...

- Por que você fez isso?- ela perguntou.

Eu esperava por alguns gritos ou uma expressão raivosa, mas está não veio.

- Por que eu fiz?- repeti a pergunta porque sua reação calma e pacífica me pegou de surpresa. Ana assentiu.- Porque eu sabia que você não gostaria  que um estranho se tornasse dono junto com você da empresa da sua família.

Eu não soube identificar o que estava passando pelos olhos de Ana enquanto ela me encarava sem piscar.

Parecia ser um misto de... surpresa, raiva e... gratidão?

Não, eu podia estar errado.

- Eu...- Ela começou a dizer, mas parou, molhando os lábios, depois fechou os olhos e ficou de pé.- Eu vou dormir, já está tarde e eu...

Fiquei de pé junto com ela.

- Não está tão tarde... nos podemos dar uma volta se você quiser...- balbuciei, tentando fazer ela ficar.

Mas Ana me surpreendeu,chegando mais perto de mim, colocando as mãos em meu peito, fazendo meu coração acelerar como se eu fosse um garotinho de 13 anos e não um homem de 39 anos.

- Por que fez isso?- Ela perguntou de novo, a expressão torturada.

Seria aquele o momento em que eu estava esperando?

Coloquei minhas mãos em sua cintura e a trouxe para perto de mim, seus olhos brilharam, ela estava.. emocionada?

Eu poderia ter lhe beijado facilmente, mas ela estava... frágil? Eu não saberia dizer, mas não a beijei. Ao invés disse eu lhe disse a verdade.

- Porque eu quero te ajudar, Ana.- falei olhando em seus olhos.- Eu vi o seu ódio pela Dior se transformar em admiração e sei o quanto, agora, a empresa importa para você.

Ela fechou os olhos, duas lágrimas escapando por eles e escondeu o rosto em meu ombro.

Seu perfume de pitanga me atordoando.

- Por que, Rob?- Ela frisou baixinho.

O que mais ela queria que eu dissesse?

- Porque eu te amo, Ana.- falei lhe abraçando.- Porque eu colocarei fogo no mundo se isso fizer você me dar o seu perdão.

Ela ergueu os olhos para mim, seu rosto tão perto do meu que nossos narizes se tocavam.

Não foi difícil para mim me perder no castanho dos seus olhos, principalmente quando ela tocou meu rosto com a ponta de seus dedos e ficou na ponta dos pés,  me dando um beijo casto demais no canto de meus lábios.

- Boa noite, Rob.

Eu poderia puxa-la para mim facilmente, mas eu a deixei ir.

E mesmo não sabendo o por que fiz isso, eu soube que, naquele momento, era o certo.

Eu precisava deixar ela ir.

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ROBERT PATTINSON | NOSSOS SEGREDOSOnde histórias criam vida. Descubra agora