ROBERT PATTINSON | NOSSOS SEGREDOS

48. Um, Dois anos depois....

POV ROBERT PATTINSON

- Papai por que a Ana não fala mais comigo?

Aurora até que demorou para me fazer aquela pergunta.

Soltei um suspiro, passando a mão na minha barba grande.

- Nós nos separamos, filha.- falei sentindo o peso daquelas palavras esmagarem meu peito.

Aurora arfou.

- Por que, papai?- perguntou e eu notei sua voz embargada.

Por que...

Porque eu fui ciumento? Porque deixei o estresse me dominar? Porque a deixei sozinha por semanas? Porque  eu a ofendi na hora da raiva?

Sim.

Todas as opções eram válidas.

- Eu errei feio, filha.- murmurei, sabendo que a culpa era minha.

- Pede desculpas para ela, papai... Eu quero conhecer a Ana...

Foi difícil fazer Aurora entender que não iria conhecer a Ana.

Depois do dia em que ela saiu de casa com uma mala e Edward Cullen não voltou do seu banho no pet shop eu nunca mais a vi.

Eu tentei, por algum tempo, não assinar o divórcio, mas Michael me aconselhou a não insistir em algo que ela nao queria.

Que era o momento de respeitar seu espaço.

Mas eu nao queria respeitar o espaço dela.

Eu queria invadir a sua casa e dizer, olhando em seus olhos, o quanto eu sentia e até fiz isso, mas acabei descobrindo que ela tinha se mudado para Paris, que ia coordenar a Dior da Matriz.

Ela resolveu me deixar para trás e tudo o que eu significava.

E eu pensei em fazer o mesmo.

Cheguei em casa um pessimo dia de gravação resolvido a entrar no ateliê, algo que vinha evitando desde que ela tinha ido embora, e dar fim em tudo o que tinha ali.

Mas eu não estava preparado para o que encontrei.

Quando ela tinha feito aquilo?

Teria sido nas três semanas em que fiquei longe?

Quando ela tinha estampado cada pedaço das paredes brancas com desenhos de mim?

Me aproximei da parede do espelho, percebendo que não eram apenas pinturas, todos os traços tinham relevos.

Não precisei me esforçar para saber que eram desenhos para Aurora "ver" com suas mãos.

Me sentei no sofá e me olhei no grande espelho.

Eu não me reconhecia.

Existia uma sombra em meus olhos, meus ombros, apesar de fortes, estavam comprimidos...

Foi sentado no sofá que eu vi um desenho sobre o acento ao meu lado, parecia ter sido pintado com tinta, mas ao pegar a folha na mão eu vi que estava errado.