37. Ah, sim, marido, eu acho...

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POV Ana Carla




— Então agora vocês são amigos? — Rebeca me perguntou sem tirar os olhos do seu jogo, a garota mexia no controle do PS5 sem ao menos olhar,tamanha era sua habilidade.

Peguei um punhado do salgado de pimenta que estava comendo.

— Isso. Amigos.

— O que mudou? Ele não estava te traindo?

Pensei no que diria.

Rebeca era minha melhor amiga, eu nunca tinha escondido nenhum segredo dela.

Mas aquele não era um segredo meu e nem sequer me envolvia.

No entanto, com quem eu ia desabafar se não fosse com ela?

— O Robert tem uma filha.— eu disse e no mesmo instante ela pausou o jogo e se virou para mim.

— Como é que é?

Dei um meio sorriso e contei a ela tudo o que tinha acontecido nos últimos vinte dias que não nos vemos.

Sobre o dia em que ele chegou de viagem e transamos na sacada, sobre Aurora, Sobre Lara e sobre o ateliê.

No fim, Rebeca estava boquiaberta.

— Sabia que essa assessora dele nunca me enganou?— disse por fim, pegando um pouco do salgado que eu comia, mas cuspindo tudo ao colocar na boca. — Meu Deus, Ana Carla, que nojo.

Eu escolhi meus ombros.

— Nojo? É uma delícia.— retruquei puxando o pacote para mim.

Rebeca levantou e foi até a cozinha do seu apartamento tomar um pouco de água.

— Você quer um pouco de vinho?— gritou do outro cômodo.

— Quero.— fazia dias que eu não bebia. Desde a noite que ele chegou.

— Você vai dormir aqui?— Rebeca perguntou aparecendo na porta do quarto segurando duas taças e uma garrafa de cabernet sauvignion.

— Vou para casa.— eu disse.— Amanhã eu tenho uma reunião importante na empresa com meu pai.

Rebeca fez uma careta.

— Vai ser o dia de reuniões chatas então.— comentou nos servindo. — Meus pais se uniram e me chamaram para conversar, meu tempo está acabando e eu nem sei o que quero fazer da vida.

Ergui minha taça.

— Um brinde aos nossos pais que não nos deixam viver nossos sonhos.— proclamei.

Minha amiga tilintou sua taça na minha.

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POV ROBERT PATTINSON




Aquele gato medonho miava sem parar do lado de fora do quarto sobrepondo o volume da TV que eu fingia estar assistindo.

Ana não estava casa, tinha ido para a faculdade e depois passaria no apartamento de Rebeca paea conversar um pouco.

Já era tarde, quase duas da manhã e nada dela aparecer.

Eu até pensei em enviar uma mensagem, mas não queria parecer chato.

Mesmo estando preocupado.

Desliguei a TV, na tentava de dormir mas o miado alto do lado fora triplicou de volume.

Chutei o edredom de cima de mim e marchei até a porta, mas não abri.

— Ela não está, Edward.— Argh,  não acredito que estava mesmo chamando aquele bicho pelo nome.

ROBERT PATTINSON | NOSSOS SEGREDOSOnde histórias criam vida. Descubra agora