Capítulo 42

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Cassie A

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Cassie A. Kennedy

- Há quanto tempo você os via? - A mulher, impecavelmente vestida de branco, ajustou-se na cadeira, colocando seu caderninho na mesa enquanto ligava um pequeno aparelho de gravação ao meu lado.

- Até o dia em que saí de lá - murmurei, tentando disfarçar a raiva que me queimava por dentro.

Ela anotou algo em seu maldito caderno, como se aquelas palavras pudessem capturar o que eu estava sentindo. - Entendo... Eles conversavam com você?

Respirei fundo, contendo o impulso de simplesmente sair dali. - Sim.

- Você mencionou que seu perseguidor a seguiu até sua casa, a aterrorizando durante todo esse tempo... Ele chegou a invadir sua residência?

Seu tom clínico, quase indiferente, fez meu sangue ferver. Fiquei em silêncio, lutando contra a vontade de gritar.

Ela pensava que eu estava perdendo a sanidade.

E as perguntas incessantes, a forma como ela me olhava... Por um instante, até eu comecei a duvidar da minha própria realidade.

Mas não sou estúpida a ponto de revelar tudo o que aconteceu em Etherion. - Não.

- Cassie, é possível que você tenha desenvolvido um estresse pós-traumático... E que tenha começado a ver coisas que, na verdade, não estavam lá. Isso faz sentido para você?

- Você está insinuando que tudo foi coisa da minha cabeça?

Ela hesitou, as palavras engasgadas em sua garganta. - Não é exatamente isso, mas...

Levantei-me da cadeira com uma calma forçada, sentindo cada músculo do meu corpo rígido de frustração. Caminhei em direção à porta, as palavras dela ecoando na minha mente como um insulto. - Obrigada por essa sessão de merda, que eu nunca pedi, sua vaca! - abri a porta com força, fazendo-a bater com um estrondo ao sair.

Mentira.
Antes de sair, eu joguei a cadeira nela.

Depois daquele episódio, nunca mais voltei para aquele lugar. Quando retornei à Califórnia, o que encontrei foi tudo menos paz. Fui tratada como uma celebridade, uma sobrevivente de horrores inimagináveis. Mas a fama se tornou uma sombra opressiva quando as fotos de Westefair vazaram. De repente, eu era mais do que uma vítima - era a suspeita. Me acusaram de ser uma serial killer, de fazer parte de seitas obscuras, até de envenenar a água da cidade. Não consegui escapar dessas acusações; elas me perseguiam em cada olhar desconfiado, em cada sussurro às minhas costas.

Por um tempo, morei com Vini e Jack. Vini foi o único a ouvir minha história sem julgamentos. Ele acreditou em mim, prometeu guardar meu segredo. Jack, no entanto, acabou cedendo às pressões externas. Insistiu para que eu procurasse ajuda psiquiátrica. Não o culpo - no fundo, sabia que ele só estava tentando ajudar. Mas aquilo me fez sentir como se todo mundo ao meu redor estivesse me rotulando como maluca.

A Maldição De WesterfairOnde histórias criam vida. Descubra agora