Capítulo 46

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Cassie

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Cassie

Após uma eternidade que parecia se estender em segundos, decidi me erguer, lentamente, como se cada movimento pudesse despertar sombras escondidas. A janela minúscula na porta não oferecia nada além de uma visão turva do vazio.

O corredor, antes ecoando com vozes, agora era um deserto de escuridão e silêncio. O alívio que senti ao não ver ninguém lá fora foi apenas uma pausa fugaz na tempestade de medo que ainda rugia em meu peito.

Abri a porta com cautela, o metal rangendo em um aviso abafado. A lanterna em minha mão tremia ligeiramente, iluminando manchas de sangue que decoravam o chão como cicatrizes permanentes.

As luzes do teto piscavam desesperadas, tentando retornar à vida, mas falhando miseravelmente, mergulhando o lugar em um pesadelo ainda mais profundo.

Frankie mencionou algo sobre o gerador. Talvez ele ainda tivesse alguma esperança de consertar tudo. Mas agora, cercada pela evidência brutal da carnificina, eu duvidava que houvesse alguma salvação.

Os helicópteros continuavam a circundar o prédio, suas hélices cortando o ar como facas. A cada passo, mais corpos de guardas surgiam, vítimas de algo muito além do humano.

Um arrepio percorreu minha espinha. Havia algo aqui, algo que não deveria existir. A luz vacilou e, por um breve momento, tudo apagou.

Quando voltou, o manicômio pareceu ganhar vida. Telefones começaram a tocar em uníssono, seus toques agudos ecoando nos corredores, como se o próprio lugar estivesse gritando por ajuda.

Um telefone nas proximidades tocou com uma urgência ensurdecedora, arrancando um grito de mim.

Peguei o aparelho com mãos trêmulas, sentindo o peso da insanidade do lugar. Diversos números piscavam no visor, como se o pânico tivesse tomado conta de todos ao mesmo tempo.

Atendi uma chamada aleatória, e a voz que me atingiu era carregada de medo e desespero.

- O que diabos aconteceu!? Venham à minha sala agora! Ouvi gritos e não foram dos meus colegas! - a voz masculina tremia com um medo reprimido, mais um grito de comando do que um pedido de ajuda.

Desliguei e atendi outra. Agora era uma mulher, sua voz engasgando em pânico.

- Está escuro! O monstro vai me pegar, socorro!

Soltei o telefone, com o horror tomando conta de mim. Eram as vozes dos internados, almas perdidas naquele manicômio maldito.

As luzes piscaram e depois se apagaram de vez, um som de desligamento definitivo ecoando ao redor. O gerador havia sucumbido, deixando-nos na escuridão total.

- Maldita seja! - murmurei, sabendo que estávamos todos condenados.

Os gritos dos detentos se intensificaram, um coro de loucura e pavor. O cheiro metálico de sangue e o odor de morte se misturavam no ar, tornando cada respiração um desafio.

A Maldição De WesterfairOnde histórias criam vida. Descubra agora