Capítulo 51

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Alaric

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Alaric

Algumas horas antes do golpe de Baltazar

Eu observei Aurora se afastar, e a raiva queimava dentro de mim como fogo. Meus olhos a seguiram por entre a multidão, cada movimento dela me irritando mais, como se ela soubesse exatamente o que estava fazendo.

E, claro, sabia.

Quando ela olhou para trás, o sorriso no rosto dela me fez cerrar os punhos. Aquele sorriso cínico, como se estivesse se divertindo com o poder que tinha sobre mim.

Meu sangue fervia, e eu sentia a excitação pulsar em meu pau, uma frustração insuportável que me deixava duro, enquanto ela se distanciava, erguendo o vestido com a graça de quem sabe que tem o controle.

Ela sabia jogar o jogo.

Sabia o efeito que tinha sobre mim e gostava de fugir, de escapar na última hora, só para me deixar ainda mais sedento.

Ela poderia fugir agora, mas não por muito tempo.

Eu vou pega-lá e devora-lá alguma hora. Não tinha como fugir para sempre de mim.

- Alaric! - A voz de Zana cortou meus pensamentos como umas lâmina. Eu me virei para ele, a irritação evidente no meu olhar.

- Eu cuidei de você quando era criança, e é assim que você me recebe? - Zana reclamava enquanto se afastava, sua voz carregada de uma falsa decepção. - Que falta de consideração! - Ele murmurou para si, mas alto o suficiente para que eu escutasse.

Suspirei, tentando afastar a frustração de Aurora da minha mente. O velho sempre sabia como me pegar de surpresa. O vi se afastar com aquele andar arrastado, e minha paciência se esgotava a cada passo que ele dava.

Apertei o passo e o alcancei, ignorando os olhares das pessoas ao redor.

- Pare com o drama, Zana! - Puxei seu braço, obrigando-o a me encarar. Seu olhar de tédio era quase uma ofensa. - Desculpe, eu estava distraído.

Zana deu um sorriso de canto, aquele sorriso que sempre precedia um pedido absurdo.

- Sabe como pode me compensar?

Minha sobrancelha se arqueou.

Conhecia Zana bem o suficiente para saber que ele nunca perdia a chance de me fazer um pedido. Sempre humilde, mas nunca perdia a oportunidade de brincar com minha paciência.

Ele era o único que se atrevia a isso.

Todos os outros me temiam, mas Zana... Zana me tratava como se eu fosse um garoto tolo.

- Desembucha logo. - Passei a mão pelo rosto, já antecipando o que ele diria.

- Paga uma bebida no bar para o seu velho? - Ele perguntou, casualmente.

A Maldição De WesterfairOnde histórias criam vida. Descubra agora