Capítulo 38

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Pietro

Alguns minutos antes.

- Sabe, eu realmente queria te mostrar como consegui colocar tudo em prática sozinho. - Baltazar riu. Permaneci com a cabeça baixa, ainda de olhos fechados, tentando esquecer que tudo aquilo estava acontecendo.

- Realmente, é fascinante a sua capacidade de cura. - Ele se referiu à minha barriga, que já estava curada.

Ele fez com que as correntes mágicas que me prendiam pelo teto caíssem, deixando-me apenas com uma corrente nos pulsos e pernas.
- Venha ver sua namoradinha morrer pelas minhas mãos. - Ele me levitou com algum feitiço esquisito e me levou até uma sala não muito longe dali.

Permaneci de cabeça baixa porque não queria dar a ele o gostinho da vitória. Eu sabia que, se Cassie morresse, teria fracassado em minha missão, e, se eu fracassasse, preferiria a morte junto com ela.

Ao abrir a porta, vimos várias pessoas sentadas ao redor de um círculo, enquanto repetiam a mesma palavra inúmeras vezes, em tom de sussurro.
- Contemple o meu novo portal! - Ele riu.

Observei ao redor, vendo uma pequena brecha do tamanho de um grão de arroz se expandindo cada vez mais.
- Ah, ele ainda está crescendo, mas crescerá rápido! - continuou. - Após o portal abrir, eu vou descobrir um jeito de pegar seus poderes para mim. Mas não se preocupe, farei bom uso deles.

Em questão de segundos, o portal começou a ficar cada vez maior, sem previsão de que algo poderia dar errado. Porém, ao chegar perto do tamanho de uma pessoa, o portal sumiu, deixando-nos de frente para o nada.

- O quê? - Baltazar sussurrou para si mesmo, como se eu pudesse responder suas perguntas. - O que aconteceu? Estúpido! - Ele tirou uma pessoa do transe, fazendo-a encará-lo assustada.

- Senhor! - Um guarda adentrou a sala. - Os etheranos estão nos desafiando a uma guerra! O senhor precisa reunir os cavaleiros imediatamente!

- Faça o que bem entender e mate todos, se preciso! - gritou irritado, e, em resposta, o guarda saiu da sala de forma desesperada. - Cadê o portal!? - Baltazar chutou alguns itens que estavam no chão ao redor do círculo.

- A rainha, senhor... - um homem sussurrou. - Ela fechou o portal...

Baltazar o encarou com um olhar mortal, sem dizer uma palavra.

Rainha?

- Ei, Baltazar - um homem loiro surgiu da escuridão da sala, com uma joia roxa gigante em suas mãos.

Ele continuou, com um sorriso debochado:
- Eu confesso que foi difícil ver um povo tão incrível como os etheranos destratar o meu povo por sua culpa. Éramos unidos, como sempre fomos, mas você acabou com tudo.

- Príncipe Beltran? - Baltazar o encarou com um olhar surpreso. - Você e Mordu são miseráveis... - Ele encarou a joia. - Me devolva.

- Se der mais um passo, eu jogo essa merda no chão.

Baltazar engoliu seco, e eu só pude observar a situação, completamente confuso.

- Você impõe medo nas pessoas com seus cavaleiros, porque, sem eles, você não é nada.

- Cala a boca... - grunhiu Baltazar.

- Você sempre teve inveja de Alaric, Baltazar. Sempre quis estar no lugar dele, e, por um momento, quando conseguiu, fracassou em ser um rei. - Beltran riu. - Ser um rei não é com base no medo do seu povo, é com base no carinho e na determinação de cuidar do seu reino, para que ele caminhe ao progresso - finalizou.

- Irei aniquilar seu reino se não me entregar essa joia, Beltran - ameaçou Baltazar.

- Não, não vai. E sabe por quê? Porque o seu reinado de merda acabou aqui. - Beltran esticou o braço, deixando a joia suspensa em sua mão. - Confesso que foi difícil achar essa joia. - Ele riu novamente. - Jamais imaginaria que ela estivesse no colar do dragão.

A Maldição De WesterfairOnde histórias criam vida. Descubra agora