Capítulo 63

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Tommy Chavez

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Tommy Chavez

Eu nunca fiquei tão obcecado com um caso quanto fiquei com o desaparecimento de Cassie Amber Kennedy.

Algo nesse mistério não me deixava em paz, um sentimento perturbador que crescia a cada detalhe esquecido, a cada pista enterrada.

Cassie, com seus 29 anos, vivia em uma cidade tranquila na Califórnia, em San Bernardino, aparentemente sozinha por vários anos. Mas sua solidão parecia gritar através de cada pista que encontrava, cada fato negligenciado.

O desaparecimento só ganhou atenção pública devido aos meus próprios esforços. Não havia interesse da imprensa, como se o caso fosse um segredo incômodo que ninguém queria tocar.

No início, houve um lampejo de curiosidade por parte dos jornais, mas assim que mencionei o nome "Westerfair", as portas se fecharam, e o silêncio caiu pesado.

Como se houvesse algo mais sombrio por trás.

Descobri que dois policiais chegaram a ir até lá. Eles encontraram Cassie viva, mas os moradores de Westefair? Todos mortos, sem sinais de violência, sem envenenamento aparente.

A primeira hipótese era que Cassie os havia matado.

Mas isso, aos meus olhos, nunca fez sentido. E, com o tempo, o caso foi engolido pelo esquecimento, pela apatia da mídia e do público. Todos desistiram.

Exceto eu.

Naquela noite, eu estava determinado a encontrá-la, a desvendar o que realmente aconteceu.

Eu sabia da reputação de Westefair: uma vila amaldiçoada, onde quem entrava, nunca mais saía.

Isso explicava a morte dos entregadores de móveis, e talvez explicasse muito mais.

Eu sabia que Cassie havia vivido em um prédio afastado, decadente. Não era difícil deduzir que questões financeiras a tinham levado até lá.

Um lugar abandonado pelos ricos, mas não pelos fantasmas.

A chuva fina daquela noite me acolheu como um velho inimigo. O frio, cortante, se infiltrava por debaixo do meu casaco e cachecol, como se quisesse me lembrar que eu não era bem-vindo ali.

Guardei o jornal surrado no bolso, enquanto acendia um charuto. O som do tabaco queimando parecia o único som além da chuva.

Haviam se passado seis anos. Seis longos anos desde que a última pista sobre Cassie esfriara, enterrada sob o peso do esquecimento.

Na portaria, um velho porteiro estava distraído, assistindo a uma novela antiga em uma TV minúscula e desbotada, pendurada precariamente no canto da sala. Ele sorvia seu café com tanta atenção para o que passava na tela que quase poderia jurar que a vida real havia sumido para ele.

Aproximei-me da pequena abertura no balcão.

— Boa noite — soprei a fumaça do charuto, a névoa cinzenta envolvendo o espaço entre nós.

A Maldição De WesterfairOnde histórias criam vida. Descubra agora