Capítulo 32

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Lysander

Alden estava diferente, ele estava com um cabelo mais comprido do que o habitual e estava vestindo roupas casuais, não a sua armadura de sempre.

Ele passou por mim às pressas, como se não tivesse me visto. A minha única reação foi permanecer parado, completamente imóvel por conta do choque.

Por mais que eu estivesse confuso, não hesitei em seguir ele pelos corredores. Aquilo era provavelmente uma ilusão criada pela Isolda.

Porém, eu sabia que ela queria me mostrar algo.

Alden abriu uma das últimas portas, que se tratava de um dos principais hospitais do castelo.

- Ele nasceu? - perguntou eufórico, enquanto procurava por alguém às pressas.

- Senhor! Não pode entrar aqui! - um dos guardas o interviu, mas logo ao verem de quem se tratava, deram espaço para ele passar.

Ele não ligou muito para a situação e foi em direção a uma cama específica. Permaneci seguindo, confuso, enquanto observava o hospital.

- Ah, céus! - ficou paralisado enquanto observava alguém atrás de uma cortina branca. Ao me aproximar do mesmo, vi uma mulher ruiva segurando um bebê ruivo em seus braços.

Alden sorriu contente - Lys! - estendeu seus braços e segurou o bebê gordinho.

Espera... Esse sou eu?

- Segure-o com cuidado, Alden! - a mulher o repreendeu - você lavou suas mãos antes de tocar nele desta forma?

- Mamãe? - meus olhos se encheram de lágrimas.

Me aproximei lentamente dela, vendo seu olhar exausto. Olhei para Alden novamente, vendo ele abraçar o bebê de forma delicada enquanto acariciava meu cabelo.

Sem conseguir me segurar, acabei a abraçando. - Mamãe! - a abracei e não soltei ela por um bom tempo. Seu cheirinho doce cítrico era delicioso, e me remete a alguma lembrança no qual eu ainda não havia decifrado.

- Ah, qual é? Dá um tempo, mãe! - revirou os olhos - Aw! Você é tão lindo! - apertou levemente os bracinhos dele.

- Se não fosse por mim, vocês nasceriam feios igual ao pai de vocês.

Ri baixinho, vendo a cara de tédio que Alden havia feito - Pelo menos para isso você prestou.

- Olha como fala comigo! - o repreendeu, enquanto acendia um charuto estranho. Ela observou Alden confusa, soltando a fumaça que havia inalado. - O que foi? Não vai me proibir de fumar igual estava fazendo?

- Agora que você já teve ele, por mim, pode se engasgar com essa fumaça e morrer.

O encarei horrorizado - Alden! - o repreendi, mesmo sabendo que ele não me escutaria.

- Se eu morrer agora, não irei conseguir amamentar meu bebê e ele morrerá de fome, sabia? - sorriu.

Alden rapidamente deu um tapa em sua mão, fazendo o charuto cair no chão.

- Se ele reclamar que o leite está com gosto de ervas, eu encontraria outra mulher para amamentar ele - me entregou em seus braços novamente.

- Quem sabe ele goste do sabor? - riu.

Alden respirou fundo e revirou os olhos.

- Se pensar em fazer algo de errado com ele, eu mato você, sua vadia.

- Nossa... Ameaçando a própria mãe? Que ingrato! Eu quem te pari, seu moleque.

- Tá aí, umas das únicas coisas úteis que você fez na vida.

A Maldição De WesterfairOnde histórias criam vida. Descubra agora