"Não adianta fugir de mim, coelhinha. Eu sempre estarei escutando cada passo que você der na Terra."
Uma vila amaldiçoada, um mundo alternativo, um casarão assombrado, e um stalker.
Cassie Kennedy decidiu trancar sua faculdade de psicologia na Calif...
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Anne Campbell
O som distante do sino ecoou pelo castelo, anunciando a despedida da tarde, que lentamente cedia lugar à noite. O vento cortante atravessava minha armadura, atingindo-me como lâminas de gelo, e não havia proteção suficiente contra a tempestade que se aproximava. Minhas mãos tremiam levemente, e cada passo parecia arrastado, mas ainda havia uma longa caminhada até o castelo.
- Fred, vamos! - chamei meu fiel porco, tentando manter o ânimo enquanto corríamos em direção à floricultura de Thalassa.
Aproximando-me da porta, respirei fundo, tentando domar o emaranhado de pensamentos e os fios rebeldes de cabelo que dançavam ao sabor do vento. Bati na porta com certa urgência, sabendo que cada minuto a mais fora do castelo seria motivo para Pietro se enfurecer. Ele fingia ser implacável, mas eu sabia que sua preocupação era sincera. Por mais que ele não admitisse.
Ao perceber minha aliança prateada, um sorriso involuntário surgiu em meu rosto.
Thalassa abriu a porta, seus olhos refletindo surpresa e preocupação ao me ver ali, acompanhada por Fred.
- Anne? O que você está fazendo aqui, e com Fred?
Havia algo nela que sempre me acolhia, mesmo quando meu mundo parecia ruir. Antes de Pepito desaparecer, ele revelou que meu verdadeiro nome era Anne Campbell, e que Cassie soube do crime que meu pai cometeu na Terra. Ele havia fugido, assim como Alden, covardes tentando escapar de suas condenações.
Já não posso dizer o mesmo de Baltazar, que teve um destino cruel.
- Posso me abrigar aqui até a tempestade passar? - perguntei, tentando não demonstrar o cansaço que consumia cada fibra do meu ser.
Thalassa riu suavemente, destrancando a porta. - Entra ai, garota.
Ao entrar, fui envolvida pelo cheiro reconfortante de flores, uma música suave ao fundo, e o calor aconchegante do ambiente. Ela me guiou até a sala, onde o familiar perfume das plantas me trouxe um pouco de paz.
- Aceita um chá? - perguntou, sua voz suave como um sussurro.
- Eu adoraria, obrigada...
- E o Fred? - perguntou, observando o porco que descansava no chão.
- Ele prefere uma cenoura - respondi, rindo enquanto fazia carinho em Fred.
Thalassa foi para a cozinha, enquanto eu tentava disfarçar os machucados em meu rosto, vestígios de mais uma missão.
- Voltou de uma missão? Parece exausta.
- Sim... Mais um caso de contrabando... Ser aprendiz de cavaleiro sagrado é muito mais difícil do que eu imaginava.
Ela retornou com duas xícaras de chá e se sentou ao meu lado, me oferecendo uma. - Aproveite essa oportunidade. Ser cavaleiro sagrado era meu sonho, mas depois do golpe de Baltazar, deixei isso para trás.
