Capítulo 58

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Cassie

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Cassie

A dor lancinante na minha cabeça me arrancou um gemido, enquanto um peso esmagador parecia ancorar meu corpo.

O simples ato de abrir os olhos era uma batalha monumental, cada piscada lenta e pesada...

É incrível como tudo ficou tão difícil de repente.

Quando finalmente consegui forçar as pálpebras a se separarem, o mundo à minha volta era um borrão de formas indistintas e cores apagadas.

Senti uma brisa fria me envolver como uma mortalha, enquanto o farfalhar de árvores distantes ecoava de algum lugar além da minha compreensão.

Ah, claro... eu tinha desmaiado perto daquele lugar fodido...

Mas agora, tudo parecia tão desconexo...

A lógica e a realidade me escapavam como areia por entre os dedos.

Isso não faz sentido...

Minha mente, aturdida, tentava ordenar os pensamentos, mas o cansaço era esmagador, apagando qualquer linha coerente de raciocínio.

Um zumbido fino ressoou ao lado do meu ouvido, dançando de um lado para o outro, até que minha visão começou a se clarear. Quando finalmente consegui ver com mais nitidez, me dei conta de que estava no meio de uma floresta fechada.

O pânico cresceu em mim como uma chama se alimentando de oxigênio. Com um grande esforço, consegui me arrastar até um tronco de árvore, gemendo enquanto a dor irradiava por todo o meu corpo.

As lembranças de Pietro vieram como uma enxurrada, violentas e implacáveis. Meus dedos correram instintivamente até o pescoço, buscando por sangue, mas não havia nada.

Meus olhos caíram sobre as minhas roupas. Eu estava de volta ao meu traje casual. Mas... não fazia sentido.

Eu não estava vestindo roupas de hospital?

Minha mente corria em círculos, tentando encontrar uma explicação lógica. As coisas não batiam.

Com a tontura me ameaçando a cada movimento, me apoiei no tronco e me ergui com dificuldade, oscilando de um lado para o outro. Meu olhar varreu a floresta ao redor. A neblina densa pairava entre as árvores familiares, uma visão que me golpeou com a força da realidade.

Etherion.

Um suspiro escapou de mim, transformando-se em uma nuvem branca no ar gélido. O frio era tão intenso que minhas articulações doíam, e meus ossos pareciam prestes a se partir..

O desespero apertou meu peito. — Ei! — gritei, minha voz ecoando por entre as árvores. — Tem alguém aí?!

O silêncio que se seguiu foi sepulcral. Um arrepio percorreu minha espinha quando senti um olhar fixo nas minhas costas. Girei rapidamente, o coração martelando no peito. Dois olhos vermelhos me encaravam da escuridão.

A Maldição De WesterfairOnde histórias criam vida. Descubra agora