"Não adianta fugir de mim, coelhinha. Eu sempre estarei escutando cada passo que você der na Terra."
Uma vila amaldiçoada, um mundo alternativo, um casarão assombrado, e um stalker.
Cassie Kennedy decidiu trancar sua faculdade de psicologia na Calif...
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Anne Campbell
- Com licença! - desviei de um homem e continuei correndo. - Opa! - quase trombei com outro. - Desculpa!
Minha pressa me fazia ziguezaguear pelas vilas de Etherion, desviando das pessoas que carregavam caixas enormes de neve acumulada pela tempestade da noite anterior.
Ainda bem que, graças ao tratado de Pietro com o rei do Reino da Névoa, conseguimos impedir os brincalhões de lá de atravessarem os portais durante as tempestades.
Agora, o povo de Etherion não tinha mais medo dessas invasões.
O céu continuava nublado e escuro, e o frio, mesmo com a neve já parada, ainda era cortante.
Corri até o Cedric's Bar e abri a porta com tudo, sentindo o peso de todos os olhares confusos sobre mim. O bar estava cheio de homens tomando doses generosas de bebidas alcoólicas, tentando afastar o frio.
Meu rosto corou de vergonha ao perceber o silêncio que se instalou no local, enquanto eu fechava a porta devagar.
- Com licença... - murmurei, tentando não tremer. Mas a tensão no ar era palpável, e os olhares daqueles homens, com suas aparências de vikings, pareciam perfurar minha pele.
Por que todos estavam me olhando desse jeito?
Por um momento, pensei em dar meia-volta e sair correndo, mas respirei fundo e decidi me aproximar do balcão, mesmo com o olhar desconfiado de um homem me deixando ainda mais nervosa.
- Poderia me ver um pão recheado de carne, por favor? - perguntei, deixando as moedas em cima do balcão.
O homem era alto e careca, com um olho azul penetrante e o outro branco, marcado por uma cicatriz. Uma das mãos dele terminava em um gancho, que ele bateu com força sobre o balcão, me arrancando um susto. Lentamente, ele arrastou o gancho, pegando as moedas com um olhar que me fez gelar por dentro.
O bar, antes vibrante, havia perdido todo o brilho desde a morte de Cedric. Agora, seu nome e imagem eram homenageados com pinturas suas espalhadas pelas paredes.
De repente, a porta atrás do balcão se abriu com tudo, me assustando novamente. Para minha surpresa, era Alban. Ele parou ao me ver e logo abriu um sorriso radiante.
- Chorinho!?
Eu amava e odiava aquele apelido, mas ele fazia parte de quem eu era.
- Alban! - gritei, animada, e estiquei os braços no ar.
Ele saltou por cima do balcão e me envolveu em um abraço apertado, me girando no ar.
- Caracaa! Você está enorme! - disse, me colocando de volta no chão.
- E essa barba, hein? - apontei para o rosto dele, sorrindo.
- Gostou? Estou deixando crescer! - ele passou a mão pelo rosto, mas logo ficou curioso. - O que te traz aqui, senhorita?