A Maldição De Westerfair

Capítulo 37

Alban

Eu andava apressadamente pela floresta com Rubinho em meu ombro. Faltava apenas um minuto para chegar na vila, e já estava conseguindo escutar o caos que dominava o reino.

Comecei a treinar mentalmente tudo o que eu iria dizer para as pessoas que iriam querer embarcar para o reino da névoa.

- Argh! Rubinho! Nunca fiquei tão nervoso na minha vida! - resmunguei. - Cara... E se o trem quebrar no meio do caminho?! E se criaturas da floresta atacarem o trem?!

Rubinho apenas permaneceu dormindo em meu ombro.

Respirei fundo, entrando na multidão de pessoas que estavam em volta de mim, protestando contra a violência do reino contra o seu povo.

Como diabos eu faria para chamar a atenção deles?

- Esperem, olha! - um homem gritou da multidão, apontando para o telhado de uma casa. Depois de um bom tempo, todo mundo começou a prestar atenção em Thalassa, que estava junto com seu pai.

- Todos nós sabemos que se permanecermos submissos a essa ditadura, ela não irá acabar - iniciou seu discurso. - Já passou do momento de nos levantarmos juntos e mostrar quem manda na nossa própria vila. O nosso reino nunca dependeu de uma pessoa só. Pietro se sacrificou por nós, mas sozinho, ele não conseguiu. Então, agora é a nossa única chance.

- Vamos lutar! - Um etherano gritou, fazendo várias pessoas comemorarem juntas.

- Eu não quero mais mortes, eu não quero morrer... - uma mulher resmungou baixinho ao meu lado, enquanto segurava seu bebê no colo.

Vi a cena com um olhar de tristeza, sentindo uma dor terrível tentar dominar meu coração. Porém, eu era mais forte e sabia exatamente o que precisava ser feito.

- Como lutaremos com eles? Eles são infinitamente mais fortes! Se perdemos, eles irão ser mais cruéis do que nunca! - alguém argumentou contra.

Comecei a tentar passar pelo mar de pessoas, indo em direção a casa onde Thalassa estava. - Licença... Licença... Com licença...

- Deveríamos fugir! Pietro era infinitamente mais forte que todos nós juntos e foi derrotado por aquele monstro esquisito! - outro homem argumentou.

- Ou se deixou perder, para ser levado diretamente para o rei! - começou uma discussão.

- Por que ele faria isso!? Isso nem faz sentido!

- Parem de conspirações idiotas!

Subi até o telhado com dificuldade, chegando por trás de Thalassa. - Tha!

Thalassa me observou surpresa, prestes a dizer alguma coisa, porém, eu a interrompi de imediato, entrando em sua frente.

- Eu darei duas opções a todos vocês! - gritei, chamando a atenção de todos novamente.

Ok, talvez isso tenha sido um pouco dramático.

- Há um trem na fronteira norte de Etherion, esperando por quem não quiser ir pra guerra! Ele irá levar vocês até o reino da névoa, onde o príncipe estará esperando por vocês!

Todos ficaram em silêncio.

- Reino da névoa? Ficou maluco!? - perguntou um.

- Um trem!? - perguntou outro.

- O príncipe do reino da névoa está aqui em Etherion e se dispôs a ajudar dessa forma. Ele não concorda com a forma como o rei Baltazar nos trata e propôs esse meio de fuga! Vão mesmo negar?

- Prefiro lutar até a morte, do que pisar naquele lugar! - gritou uma pessoa na multidão, porém, não consegui ver quem.

- Eu quero ir! - uma voz feminina ecoou pelo ambiente. Todos olharam para trás, tentando achar a origem da voz.