A Maldição De Westerfair

Capítulo 17

Chorinho

Alden respirou fundo, com um olhar de exaustão. - Que merda você está fazendo, Lysander?

- Eu vim me divertir um pouco na vila - desviou o olhar.

- Você ainda não percebeu que não é bem vindo aqui? - o encarou sério.

- Eu não ligo se há pessoas por aqui que gostam de mim ou não. Tenho muitos amigos por aqui também!

- Lysander, eu não quero você andando por aqui de novo. Entendeu? Caso contrário, você estará proibido de sair de casa.

Alden era o pai de Lys? Bem, isso explica a semelhança de ambos...

- Mas, Alden! Eu não gosto do castelo! Eu me sinto preso lá dentro. As pessoas dali também não gostam de mim!

- Pelo menos estará seguro lá dentro.

- Eu sei me defender! - pegou sua espada de madeira. - Vamos! Eu posso provar!

Alden suspirou novamente, enquanto cruzava os braços. - Se não der meia volta, diga adeus ao seu lagartinho de estimação.

- Ele não é um lagarto! O Rubinho é um dragão colossal raro! - o lagarto lambeu seu próprio olho, como se não estivesse entendendo a situação.

Bem, ele não está mesmo.

- Se soubesse história básica, saberia que os dragões colossais foram extintos há séculos.

Pude jurar que vi os olhos de Lys encherem d'água. Ele encarou Alden com um olhar sério, aparentando ter ficado chateado. - Alden, seu idiota! Eu te odeio! - saiu correndo pela direção contrária.

Alden apenas assistiu ele se afastar. - Se não voltar em duas horas, já sabe o que acontece! - gritou irritado e se afastou, indo embora.

Observei a cena completamente perplexa. Comecei a ir em direção de Lys, para entender melhor o que estava acontecendo. Vi o mesmo porquinho me seguir novamente pelo percurso.

Tentei o espantar, porém foi em vão. Ele continuou me seguindo como um patinho, me fazendo desistir.

...

Após longos minutos, finalmente encontrei Lys. Ela estava em cima do telhado de uma casa, com um olhar triste.
- Ei, Lysander! - ele me observou surpreso.

- Senhorita? O que está fazendo aqui?

- Vim te ajudar a não ficar triste! - sorri.

- Eu não estou triste! - fez um biquinho.

- Não liga para essas pessoas da vila, e nem para o seu pai, tá bom? Eles irão reconhecer o seu potencial um dia!

Ele ergueu uma sobrancelha. - Do que está falando?