Capítulo 36

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Vinícius Manson

— Está falando para virar essa direita — apontei para uma estrada esquisita no meio da mata. Meu pai me encarou com um olhar de tédio, pegando o endereço de minha mão.

— Me dê isso aqui! — Observou o papel com um olhar confuso. Analisando ele de todos os ângulos possíveis.

Eu já estava com dor na bunda de tantas horas de viagem. Parecia que estávamos andando em círculo a horas, por conta da mata fechada que cercava a estrada.

— É... É aqui mesmo... — suspirou. Em seguida, ele deu a seta para entrar na estrada e avisar a segunda viatura que estava atrás de nós.

— Finalmente, chegamos! — Sorri aliviado.

— Não cante vitória antes da hora.

Ele pegou o seu HT, fazendo um barulho, antes de começar a falar. — Wilson, chegamos no local, fique atento ao redor, câmbio.

O carro ficou em silêncio, fazendo com que ele ativasse novamente o objeto. — Wilson, na escuta? Câmbio!

Resmungou. — Por que essa merda não está funcionando?

— Pai... — Apontei para frente, vendo uma placa escrita não ultrapasse.

— Pelo visto, é um local meio perigoso. Eles não viram a placa e seguiram em frente? — Desacelerou o carro, indo devagar pela longa estrada de terra.

Após uns 5 minutos andando em velocidade contínua, avistamos o caminhão de mudança de Cassie, parado em nossa direção.

— Puta merda... — senti meu coração acelerar. — É o caminhão de mudança dela!

Meu pai estacionou o carro em frente ao caminhão, enquanto portava sua arma em mãos. Ele caminhou lentamente até o grande automóvel, esperando com que o outro policial o seguisse.

Abri a porta do carro, mas logo fui repreendido. — Não! Fique ai! Não saia até eu mandar, Vinícius!

Fechei a porta novamente, com um olhar irritado. O ambiente estava em um silêncio ensurdecedor, sendo possível escutar apenas os balanços das árvores e os cantos dos cervos em algum canto da floresta.

Fiquei observando os dois olharem o caminhão, antes de tentarem entrar dentro dele. Após alguns minutos, meu pai abriu a porta e fez uma feição de surpresa. O seu amigo, Wilson, fez uma cara de nojo e tampou seu rosto, enquanto se retirava de perto.

— O que aconteceu? — Perguntei para mim mesmo, saindo do carro.

— Merda! — Wilson passou reto, indo de volta para a sua viatura.

Meu pai pegou seu HT novamente, enquanto se aproximava de mim. — Aqui é o Jack da central 007, acabamos de encontrar dois corpos no endereço em que nos encontramos. Se possível, envie reforços. Câmbio.

— Pai! Por favor, não diga que um dos corpos é o da Cassie!

— Não. São dos dois motoristas que levaram ela — deu um tapa em seu pequeno rádio. — Que inferno! Aqui não tem sinal?!

Comecei a sentir minha visão turva, fazendo com que eu me apoiasse no capô do carro. Meu coração aparentava que a qualquer segundo ganharia vida própria e saltaria da minha boca.

— Calma, filho... iremos encontrar a Cassie, ok? — Me guiou até a porta do carro, fazendo com que eu entrasse novamente.

Ele entrou ao meu lado e deu a partida, seguindo até o final do endereço.

...

Cassie

— Vini! — Gritei surpresa. Ele correu em minha direção e me abraçou apertado, fazendo com que a gente quase caísse no chão.

A Maldição De WesterfairOnde histórias criam vida. Descubra agora