Capítulo 68

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Cassie

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Cassie

Abri os olhos devagar, a visão retornando aos poucos, como se eu estivesse saindo de um sonho nebuloso. Minha cabeça ainda estava envolta em um turbilhão de sensações confusas, e as memórias começaram a se reorganizar lentamente, peça por peça, como um quebra-cabeça incompleto.

Num sobressalto, sentei-me no lugar onde estava deitada. O toque suave e acolhedor do colchão sob mim era surpreendentemente confortável. Olhei em volta, tentando entender onde estava. Meus olhos percorreram o espaço, revelando que eu estava numa cama imensa, coberta por lençóis brancos que pareciam vir de outro mundo.

As paredes de pedra ao redor me informaram o que meu subconsciente já sabia: eu estava dentro de um castelo.

Meu olhar caiu sobre minhas roupas — as mesmas peças pretas que eu havia comprado na semana passada. Um pensamento desconcertante surgiu.

Como eu acordei vestida assim?

A última coisa de que me lembrava era de estar em um macacão branco, coberto de sangue. O que aconteceu entre esses dois momentos?

Lembrei-me perfeitamente do momento em que Pietro havia me fodido com a sua foice. Eu vacilei feio em permitir aquela palhaçada.

Na parede à minha frente, um enorme quadro de Pietro dominava o espaço. Ao lado dele, uma mulher de cabelos dourados segurava um bebê nos braços. Seus olhos verdes brilhavam com um orgulho silencioso, enquanto os do bebê, incomuns e vermelhos como rubis, fixavam o observador com intensidade.

Aurora... pensei, reconhecendo-a imediatamente. Ela era incrivelmente linda...

Uma pontada de inveja surgiu em meu peito. Me ferrei nessa encarnação por não ter nascido com a mesma beleza que eu tinha antes.

Com algum esforço, levantei-me da cama, minhas pernas tremendo sob o peso do corpo. Respirei fundo, tentando estabilizar minha postura enquanto me apoiava na parede.

O cansaço que me dominava parecia mais do que apenas físico; era uma exaustão profunda, enraizada em algo que eu não conseguia nomear.

Caminhei até um espelho enorme, que refletia uma imagem de mim que eu mal reconhecia.

Meu cabelo estava uma bagunça, e minha pele, pálida e opaca, denunciava o desgaste que eu sentia por dentro.

Passei a mão pelos fios desarrumados, tentando dar alguma ordem ao caos.

Minha barriga roncou, um lembrete insistente da fome que me consumia. Quanto tempo fazia desde que eu comi? Talvez essa fosse a causa da minha fraqueza. Precisava encontrar algo para me alimentar. É uma pena que aqui em Etherion não existisse pizza de queijo.

Se tornar minha rainha novamente...

Ele realmente estava falando sério? Que cara maluco.

Eu, rainha? Eu não conseguia nem mesmo controlar os fragmentos da minha própria vida, quanto mais governar um reino vasto e complexo como Etherion. Era uma piada de mau gosto. Eu destruiria esse lugar, sem sombra de dúvidas.

A Maldição De WesterfairOnde histórias criam vida. Descubra agora