Capítulo 62

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Cassie

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Cassie

Alguns anos atrás.

A dor na minha cabeça era quase insuportável, uma pulsação constante que parecia querer partir meu crânio em dois.

Não tinha dormido quase nada depois do que aconteceu na noite anterior. Minhas pálpebras pesadas revelavam o quanto minha mente havia se tornado um campo de batalha entre paranoia e exaustão.

Cada sombra no canto dos olhos me fazia pensar que alguém estava me observando. Era irracional, eu sabia. Mas depois do que passei, tudo parecia uma ameaça, especialmente os olhares sutis dos homens ao redor.

Será que alguém notava? Ou era apenas minha mente me pregando peças?

Vini e Emily me ligaram incessantemente pela manhã. Me arrastaram para fora de casa, mesmo quando tudo o que eu queria era me encolher embaixo das cobertas e esquecer do mundo. E aqui estávamos, em uma lanchonete qualquer perto da minha casa.

Eu me sentia deslocada, apoiada na mesa, as mãos segurando a cabeça como se tentar controlar a dor com os dedos fosse ajudar de alguma forma.

- Meu Deus, Cassie! - Emily exclamou, seus olhos arregalados cheios de preocupação. - O que aconteceu depois?

- Me levaram para a cozinha, me deram um copo d'água e mandaram para casa. A sensação de alívio que deveria ter surgido não veio. - suspirei. - Vini pediu para o pai dele me levar, eu não conseguiria sozinha.

- Por medo? - Emily perguntou, seus olhos agora avaliando cada nuance da minha resposta, como se tentasse decifrar o que eu realmente sentia.

Balançando a cabeça, olhei para fora da janela por um segundo, evitando seu olhar curioso. - Não... Não era medo. Só não queria ser assaltada no meio daqueles becos. Você sabe como é onde eu moro.

Emily se calou por um momento, e eu podia sentir seu olhar sobre mim, analisando as palavras que eu não disse. Era difícil explicar o que se passava na minha cabeça, e, sinceramente, nem eu sabia.

- E quando cheguei em casa... - continuei. - Havia uma pizza na minha porta, completamente embalada, da pizzaria onde eu trabalho.

Emily arqueou as sobrancelhas, surpresa. - Sério? Quem será que mandou?

- Provavelmente a Sra. Jones. Vou perguntar a ela depois.

Antes que eu pudesse dizer mais, Vini se aproximou, sentando ao nosso lado com um cardápio na mão e um olhar de desdém que parecia constante em sua expressão.

- Você não comeu essa pizza, né? - Ele olhava para mim como se soubesse a resposta antes mesmo de perguntar.

Eu desviei o olhar, o silêncio que se seguiu foi uma resposta clara. Ele bufou, balançando a cabeça com impaciência.

- Cassie, sério? Você estava nervosa, com fome, eu entendo, mas você não pode confiar em qualquer coisa assim! E se estivesse envenenada?

Fiquei em silêncio novamente. Não era como se ele estivesse errado. Na verdade, eu sabia que ele estava completamente certo. Mas naquele momento, minha fome e cansaço superaram qualquer lógica.

A Maldição De WesterfairOnde histórias criam vida. Descubra agora