Capítulo 28

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" Pov Simone"

Eu já não suportava mais aquela situação com meu filho, eu queria falar com ele e saber da minha neta mas ao mesmo tempo queria o "gostinho" de ver ele vindo até a mim dizer que sempre estive certa sobre a esposa dele. Cada mês que passava, era um mês a mais sem saber absolutamente nada do meu filho. Saí fazendo tudo no desespero, porque sabia que o Gabriel nunca seria capaz de ir embora daqui.

— Você passou de todos os limites hoje Simone!
— Tá igual o Gabriel defendendo ela? Leva pra casa!
— As coisas não são assim! Ele casou, é adulto e tem a vida dele, se quiser conviver com ele e com a nossa neta vai ter que aceitar a esposa dele.
— Isso nunca! Nem se eu estivesse morta.
— Então eu sinto muito, o Gabriel não vai sair do lado dela nesse momento. O certo agora é você fazer o que estava fazendo antes e tentar uma boa relação.
— Eu tentei Charles, você viu como eu tentei e ela não me deixava nem tocar na minha neta.
— Você foi invasiva, pra que fazer aquilo com a moça? Ela tem direito de não querer.
— Estou perdida mesmo, todos vocês caíram no "canto" da sereia.. depois não digam que eu não avisei. Ela e a outra ingrata da Bruna, querem me afastar dos meus filhos e das minhas netas.
— Eles estão na casa do Gabriel.
— Chegaram quando? Eu vou dar um jeito de ir até lá ver a Ana Lua.
— Larga de procurar confusão Simone, deixa de ser encrenqueira. Ele proibiu nossa entrada lá, e você vai respeitar.
— Eu vou, é que é tão difícil ver meus filhos longe de mim. Elas são mães, um dia vão passar por isso aí vão me dar razão.
— Deixa o tempo dizer. Faz seu papel de mãe de orar por eles e pronto.

Se passam 5 meses, Yasmin completa 8 meses  gestação e ela e Gabriel ficam um tempo em Maresisas e outro no Rio de Janeiro. Simone e o filho cortaram relações de fato e não se falam a quase um ano. O quarto de Luna estava pronto, as roupinhas lavadas, passadas e organizadas, os acessórios, móveis e decorações estavam todos prontos a espera da pequena. Os dois estavam cada vez mais ansiosos para o nascimento da filha.

— Imagina se ela resolver vir hoje? - ri
—Não fala isso Gabriel, nem escuta ele filha. Pode ficar tranquilona aí tá? Falta 1 mês lindo.
— Ela não é boba nem nada, tem uma "mansão" enorme pra nadar.
— Enorme não, ela tá gigante então não tá sobrando muito espaço pra ela nadar. Me ajuda aqui. - fala dando a mão pra ele a ajudar a se levantar do sofá
— Caralho linda! Olha o seu pé.
— Porra? Inchou pra caralho, isso porque eu só deitei meia hora.
— A médica disse que pra não acontecer isso tem que dormir com o pé pra cima teimosa! Você não escuta.
— Eu vou obedecer, não tá fácil essa reta final lindo. Minhas costas estão doendo muito, você não tem ideia.
— Normal, por causa do peso dela. Que tal a gente tomar um banho junto? Aí você relaxa, a dor passa um pouco.
— Pode ser! Eu topo. - fala animada me puxando pela mão e me direcionando até o banheiro
— Depois vai ganhar massagem. - falo dando um beijo no topo da cabeça dela
— Eu tô muito mimada, muito ansiosa e em surto. É uma mistura de: " tô louca pra ver o rostinho dela" e ao mesmo tempo " tô morrendo de medo do parto".
— Eu sonhei com o rostinho dela, era uma mini Yasmin. Entrou, vai ter que sair. - ri - fala ensaboando as costas dela
— Você fala isso porque você ficou com a parte boa, pra entrar foi ótimo agora pra sair quem vai sofrer sou eu.
— O que importa é que eu vou estar lá com você, pra tudo o que precisar..
— Vou precisar de muito apoio lindo, se já é sofrido pra fazer o exercícios com a fisio imagina quando for pra valer.
— Você vai dar conta, eu tenho certeza. Você é muito forte sereia.
— Espero lindo! - fala enquanto se seca e depois se troca
— Ainda bem que você parou com aquela ideia maluca.
— Qual? - sorrio
— De parir em casa, pode ser muito perigoso pra vocês duas.
— Eu teria coragem super, só tenho medo de ter alguma complicação e acontecer algo no caminho do hospital.
— Melhor não arriscar né?
— É, tudo pela segurança da Luninha.
— E a outra ideia maluca tá de pé ?
— Se for a de congelar a placenta dela pra ir comendo tá sim, vi uns estudos dizendo que fazem super bem pra saúde.
— Eu passo - ri
— Fica com "nojinho", quero ver quando tiver que limpar cocô verde. - gargalha ao ver a cara dele
— Eu limpo! Faz parte, ohhh quem chegou.
— Oi meus amores! Ela comeu Gabriel?
— Sim senhora, agora vou deitar pro Gab fazer massagem em mim.. olha o estado que está o meu pé.
— É normal, na reta final é assim mesmo.
— É massagem no pé, não na barriga Gabriel.
— Vou morrer de saudade dessa barriga, me deixa aproveitar.
— Eu achei que ia morrer de saudade, por enquanto só estou a fim de me livrar dessa barriga mesmo. Muito peso, inchaço, falta de ar.
— Um dia você vai sentir falta, eles devem estar chegando.
— Eles quem? - fala ao ver a mãe ir abrir a porta
— Pai! Irmão! Que saudade de vocês! - os olho sem acreditar que estavam mesmo os dois ali na minha frente, me emociono ao ver o olhar do meu pai pra mim.
— Filha, você está linda! Achou mesmo que eu ia perder o parto da minha neta? Fiz questão de vir da Argentina. — me abraça emocionado
— Te amamos vovô. - fico ali um tempo sentindo o calor do abraço dele, enquanto observo o Gabriel que parece incomodado com algo, ele prefere sair e vai pro nosso quarto. Eu vou atrás pra conversarmos.

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A sereia e o surfista - Yasmin Brunet e Gabriel MedinaOnde histórias criam vida. Descubra agora