Capítulo 58

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" Pov Gabriel"

— Oi filho, fala..

— Mãe, eu vim pra uma trégua. Eu não quero ficar mais longe da minha família, eu percebi o quanto vocês são a coisa mais importante da minha vida.

— Que bom que percebeu isso filho, me perdoa pelas retiradas da empresa. Eu peguei pra enviar pra caridade, mas eu vou devolver tudo.

— Esquece isso mãe, vamos passar uma "borracha" nisso tudo? - ela me dá um abraço apertado e sincero.

— Vamos filho, eu sei porquê veio aqui. Se separou da Yasmin, agora pode enxergar tudo sem ser pela "lente" dela. Está vendo as coisas com clareza.

— Quanto a isso, eu e a Yasmin voltamos. Eu percebi a burrada que fiz, ela que me incentivou a vir falar com você.

— Ah é? Agora ela é mãe, tá sentindo na pele as coisas.. que bom que ela teve essa lucidez.

— Eu quero deixar tudo no passado e você?

— Eu também quero, eu devo desculpas a ela.. humilhei muito ela aquele dia no restaurante.

— Que bom que reconhece, ela ficou muito mal com tudo isso.

— Sophia me mostrou as fotos do batizado da Luna, eu fiquei tão sentida de não ter ido. - fala com os olhos marejados

— Não tinha como né mãe? Com qual clima, você brigada com a gente.. ontem que eu e ela conversamos e decidimos retomar tudo.

— Que bom, pode ter certeza meu filho que eu não me meto mais no seu relacionamento. Quero só conviver em paz com vocês e aproveitar muito a minha netinha, ela tá tão linda.

— Tá mesmo, puxou a Ya.

— Para que você também é lindo filho, a Luna realmente é a cara da Yasmin. Me dá um abraço aqui, te amo.

—  Te amo mãe! - a abraço emocionado com aquele momento entre nós.

— E minha neta cadê? Eu quero ver ela, abraçar, pegar no colo..

— Ela e a Ya chegam mais tarde aqui, eu vim primeiro pra poder falar com você.

— Me avisa quando elas estiverem lá, nós vamos fazer uma visita. Manda um beijo meu pra Yasmin, diz que eu quero conversar com ela

— Claro! Pode deixar, mando sim.

"Pov Yasmin"

É uma segunda-feira, três da tarde, e eu e Luna acabamos de chegar de volta a Maresias, à nossa casa. Não consigo descrever a emoção de voltar a esse lugar que tanto me fez falta. Depois de organizar nossas coisas no closet e matar a saudade dos cachorros e da Cleide, Gabriel me avisa que Simone e Charles virão mais tarde para conversar comigo e ver a Luna. Tomo um banho frio, tentando relaxar, mas estou um pouco tensa com o que está por vir. Não faço ideia do que Simone dirá, nem de como me sentirei ao reencontrar alguém que me humilhou tanto.

— Boa tarde! Entrem. -  Cleide sorri simpática dando passagem aos dois.

— Com licença, oi! Tudo bem? - Simone pergunta, olhando para mim com um sorriso educado.

— Oi! Agora sim, tudo bem. E você? - respondi, me sentando no sofá e gesticulando para que eles também se sentem.

— Tudo bem, só a saudade da minha neta que estava me sufocando. Eu me arrependo tanto do que fiz... Como consequência, não pude ir ao batizado dela.

— Pois é, infelizmente nossas escolhas têm consequências. Mas o passado serve para referência, não para permanência - respondo firme.

— Verdade! Fiz escolhas ruins. Naquele dia, perdi a cabeça quando te joguei a garrafa de vinho. Sei que isso não apaga o que aconteceu, mas quero te pedir perdão por ter sido tão hostil. Eu era a adulta da situação, mas agi como uma adolescente.

Naquele momento, percebi um arrependimento genuíno em Simone. A humildade de pedir perdão não era algo comum nela, e isso foi um sinal positivo.

— Sim... Eu te desculpo, Simone. Mas, por favor, não se acostume. Eu não sou de dar muitas chances para quem me machuca.

— Se eu te machuquei, é porque no fundo você gosta de mim. Só somos machucados por quem realmente nos importa. A maternidade te fez bem, te trouxe empatia, algo que eu não tive naquela situação.

— É verdade. Depois da Luna, me tornei uma pessoa muito melhor, mais empática e racional.

— Posso te dar um abraço? — assenti, e nos abraçamos por um momento.

— Imagino que estejam com saudades da Luna. Vou buscar ela para vocês.

— Ah, sim! Não aguentávamos mais de saudade dela! — Charles responde, animado.

— Olha só, filha, seus avós, que você não via há um tempinho. - digo, sorrindo caminhando com Luna no colo, e a entrego para Simone, que se emociona ao olhar para os olhinhos da bebê.

— Ela cresceu tanto! Já faz dois meses? Olha o tamanho dessas bochechas. - Simone brinca, fazendo carinho, mas Luna começa a chorar.

— Vem com o vovô, Luna. Sua avó te assustou com essa "choradeira"! - Charles ri.

— Pronto, agora vão brigar para ver quem fica mais tempo com ela no colo. - comenta Gabriel , rindo da cena.

— Eu quero saber é de uma coisa, quando é que começa a nossa comemoração? A gente precisa comemorar a restauração da nossa família, Gabriel voltou pra esposa e pra família.

— Eu também acho que devemos comemorar pai, vou abrir umas cervejas pra nós. Você nos acompanha mãe?

— Vou deixar pra próxima. E você Yasmin não vai querer?

— Não posso!

— Não vai me dizer que é porque, vou ter mais um neto? Ah que benção, agora vai vir um menino.

— Nada disso, eu estou amamentando então não posso beber infelizmente. Vou ficar só no suco natural mesmo. - dou risada ao ver a "viagem" que ela acabou de dar

— Eu te acompanho então. - diz ela segurando a minha mão.

— Ok! E você aproveita porque é o seu último dia de bebida ouviu Gabriel Medina? Amanhã você volta pro foco dos treinos.

— Ouvi general! - ele ri imitando um soldado, o que me arranca mais risadas ainda.

— Ela tá certa, sem treino e foco é impossível vencer. Mas amanhã a gente fala disso, não é?

— Isso aí, agora vamos curtir.. vou ligar uma música pra gente.

— Não liga muito alto por causa da bebê, eu vou cozinhar pra vocês posso? Vem que vou te ensinar Yasmin, a fazer um dos pratos preferidos do Gabriel.

— Lasanha à bolonhesa, porra até a minha dieta agora foi embora. - digo indo atrás dela até a cozinha.

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A sereia e o surfista - Yasmin Brunet e Gabriel MedinaOnde histórias criam vida. Descubra agora