A sereia e o surfista - Yasmin Brunet e Gabriel Medina

Capítulo 73

Eu tive a ideia de reunir nossos amigos mais próximos que moram aqui no Rio para uma House Party. Gabriel estava meio desanimado, e eu sabia o quanto estar com os amigos faria bem para ele. Para mim também seria ótimo rever a Cinthia e a Bruna e colocar a conversa em dia.

— Achou que a gente não viria? Viemos para animar vocês! Sua sogra liberou o apartamento, hoje tem resenha carioca. - Disse Neymar, animado, entrando na sala com alguns pertences nas mãos, seguido pelos amigos em comum com Gabriel.

— Achei que você ia gostar, lindo. Chamei seus amigos mais próximos daqui do Rio para curtir uma festa. A gente combinou tudo como surpresa.

— Eu estava precisando disso. Entrem, fiquem à vontade. Tudo bem? - Gabriel cumprimentou Bruna com um beijo no rosto.

— Tudo ótimo, e você, Gabriel? Trouxe uns vinhos. - Respondeu Bruna.

— Oi, amiga! Quanto tempo! Estava com saudades. Vai ser ótimo colocar o papo em dia pessoalmente, sem as bebês. - Disse Cinthia, prestes a me abraçar.

— Oi! Também estava com saudades. Amei seu perfume, depois me fala qual é. Luna já está no sétimo sono com a Lia.

— Claro! Te conto depois. Mas, antes, queria saber uma coisa... se você quiser compartilhar, claro.

— Já sei o que é. - Suspirei e olhei para Cinthia e Bruna, que me observavam, esperando a resposta.

— Você está...

— Sim, estou grávida! De 12 semanas.

— Que notícia maravilhosa, Ya! Parabéns! - Disse Cinthia, me abraçando com um sorriso.

— Mais um bebê para a gente mimar! Que delícia! Parabéns! - Bruna sorriu e me segurou pelas mãos.

— Obrigada! Já estão especulando, mas eu e o Gabriel estamos esperando o editor terminar um vídeo que gravamos para anunciar oficialmente.

— Vocês acabaram sendo obrigados a contar, igual aconteceu comigo... - Disse Cinthia.

— Pois é, aqui no Brasil é incrível como não deixam a mulher decidir quando e se quer contar sobre a gravidez. Eu e Gabriel escolhemos ser figuras públicas, mas o bebê não!

— Foda-se! - Brincou Scooby, rindo. Gabriel também riu, e eu me senti furiosa. Saí da sala e fui para o quarto, batendo a porta.

No meu silêncio, as palavras me ecoavam na cabeça: "Foda-se é o caralho! Quando você aprender a ter responsabilidade afetiva com uma mulher e mãe, aí a gente conversa. Agora entendo por que Luana sofreu tanto."

— Ya... vem cá, vamos conversar. - Gabriel chamou calmamente, batendo na porta. Eu segurava a porta com o corpo, ajoelhada no chão, chorando.

— Vai lá com seus amigos, Gabriel! Ele disse "foda-se" para a dor da sua esposa, mãe dos seus filhos, e você ficou calado... Pior, você riu junto com ele!

— Meu amor, não fala assim. Não coloca as coisas desse jeito! Foi só uma brincadeira. O Scooby sempre foi assim, é resenha.

— Então que ele faça resenha em outro lugar. Ele foi desrespeitoso comigo, e você nem para me defender, como eu sempre faço por você. Sempre te defendi, e na minha vez, você riu.

— Eu errei... você me perdoa? Vamos resolver isso. Você sabe que eu odeio dormir brigado contigo. — Gabriel me olhou com calma, enquanto as lágrimas continuavam a cair. Eu o abracei e acariciei seu cabelo.

— Eu te perdoo dessa vez, mas se você não me defender de novo, vai ver só, Gabriel Medina.

— Ouvi, linda. Eu entendo que não é sobre o que ele fez, mas sobre como você se sentiu. Cada um reage de um jeito, e você não gostou. É seu direito.

— Ok. Não vamos deixar isso acabar com nossa festa. Vai lá com seus amigos... eu vou tirar esse salto que está me matando.

— Se você não quiser voltar, tudo bem. Eu seguro as pontas.

— É o mínimo.

— Amiga? Posso falar com você? Desculpa pelo Pedro, mil desculpas. - Cinthia disse com os olhos marejados.

— Entra. Você não tem culpa do que ele disse. É uma pena que ele pense assim.

— Ele é homem, não é mãe, então ele não sabe o que passamos. Ele errou, mas não tem lugar de fala.

— Exatamente! E por isso ele não deveria julgar. Só nós sabemos como é quando vazam a notícia da gravidez sem respeito.

— Ele está errado, de qualquer forma, Ya. Não quero que o clima fique ruim, viemos para curtir.

— Nem eu, amiga.

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